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Carnaval - o que muda na mente dos foliões

A médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental, comenta como a temporada de carnaval pode afetar a mente e causar mudanças no comportamento humano. "Os lobos occipitais é a parte visual primária do cérebro ligada […]

12 fev 2024 - 07h37
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A médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental, comenta como a temporada de carnaval pode afetar a mente e causar mudanças no comportamento humano. "Os lobos occipitais é a parte visual primária do cérebro ligada as áreas de associação e no sistema límbico, que é o circuito emocional. Ao se deparar com fantasias e brilhos em geral, que são grandes protagonistas do Carnaval, se 'alegram' e fazem os foliões se envolver com a festa", explica a médica. Por outro lado, as amígdalas nos lobos temporais - o centro da "defesa" de fuga ou luta - que são "desligadas"  quando esses centros do prazer são ativados, assim, é natural que as pessoas deixem de se despreocupar com os pudores e simplesmente se deixam levar pela sedução e envolvimento da festa. Para a médica, tudo isso acontece porque é natural do ser humano ser ligado em marcos, em especial em datas e eventos específicos. "Talvez por isso também é que a sedução, a vontade de dançar e de consumir bebidas alcoólicas também aumentem nesta época festiva", fala Dra. Jéssica. [caption id="attachment_4234" align="alignnone" width="300"]

Carnaval - o que muda na mente dos foliões
Carnaval - o que muda na mente dos foliões
Foto: Sou Mais Bem Estar

©klebercordeiro de Getty Images via Canva.com[/caption] A ingestão de bebidas alcoólicas afeta diretamente os neurotransmissores do cérebro, fazendo com que eles sejam liberados em quantidades diferentes do normal e aumentem o ácido gama-amino-butírico, que provoca desinibição e a dopamina, que dá uma sensação de euforia após as primeiras doses. "É preciso atenção, já que o consumo de bebidas alcoólicas pode ter diversos efeitos no estado emocional de uma pessoa. Entre eles, a euforia e a desinibição são uns dos primeiros a aparecerem já que o álcool age como um depressor do sistema nervoso central, o que significa que ele reduz a atividade do cérebro. Em quantidades moderadas, isso pode resultar em uma sensação de relaxamento e alívio do estresse para curtir a folia, mas, em excesso, pode levar à sonolência, confusão e ser bastante perigoso", alerta a médica. Principalmente quem já sofre com alguma questão emocional é preciso ter atenção ao ingerir bebida, já que o álcool pode causar alterações no humor como sentimentos de tristeza, irritabilidade e ansiedade. "O álcool é frequentemente utilizado por algumas pessoas como uma forma de lidar com a depressão e a ansiedade, mas esse consumo excessivo pode piorar esses problemas a longo prazo, além de aumentar o risco de dependência", fala. E mesmo para quem bebe com moderação, a médica afirma que a temida ressaca pode aparecer neste dias. "É comum as pessoas experimentem uma ressaca nos dias de folia, que pode incluir sintomas como dor de cabeça, fadiga, irritabilidade e depressão e ainda afetar o estado emocional no dia seguinte - a conhecida 'ressaca moral', que pode ser minimizada consumindo bastante água durante a bebedeira", finaliza a psiquiatria.

Fonte: Dra. Jéssica Martani | Médica psiquiatra, observership em neurociências pela Universidade de Columbia em Nova Iorque - EUA, graduada pela Universidade Cidade de São Paulo com residência médica em psiquiatria pela Secretaria Municipal de São Paulo e pós graduação em psiquiatria pelo Instituto Superior de Medicina e em endocrinologia pela CEMBRAP. | CRM 163249/ RQE 86127
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