Casos de sarampo já causam internação e alerta em cidades do interior paulista
Campinas teve registros em creche; vírus já circula na maioria das regiões
SOROCABA - Os casos de sarampo já causam internações e preocupação entre autoridades e moradores em cidades do interior de São Paulo. Em Campinas, a Secretaria de Saúde local confirmou, nesta segunda-feira, 22, quatro casos da doença em uma creche municipal. As vítimas têm entre 7 meses e 1 ano e 5 meses - uma delas teve de ser internada em hospital. A cidade não registrava casos de sarampo desde 1997.
Conforme a Secretaria, o surto de sarampo se restringe ao Centro Municipal de Educação Infantil Ministro Gustavo Capanema, no Setor VI. A criança que está internada é do sexo feminino e tem 9 meses. Como consequência do sarampo, ela contraiu uma infecção por bactéria. Há um quinto caso em investigação na mesma creche.
"Assim que a Secretaria de Saúde foi notificada sobre a suspeição de sarampo na unidade, em 11 de julho, foram tomadas todas as medidas necessárias. Foi realizado o bloqueio vacinal em todas as crianças da creche e pessoas com que elas tiveram contato", informou, em nota.
Ainda segundo a pasta, em 2018, a imunização contra o sarampo alcançou 98,15% das crianças de 12 meses. A vacina deve ser tomada em duas doses, sendo a primeira aos 12 e a segunda aos 15 meses. Pessoas com até 29 anos devem tomar duas doses e, dos 30 aos 59, a recomendação é de uma dose. Conforme a Secretaria, a vacina está disponível em todos os centros de saúde do município. "A Secretaria ressalta a importância de se vacinar contra a doença que é extremamente contagiosa", alertou.
Em Fernandópolis, na região norte do Estado, o número de casos confirmados de sarampo subiu de 11 para 17 em menos de uma semana. De acordo com Aline Furlan, da Vigilância Epidemiológica, alguns casos de sarampo haviam sido notificados como dengue, por causa de manchas avermelhadas no corpo (exantemas), mas acabaram revistos. Segundo ela, houve bloqueio dos casos confirmados, com a vacinação dos moradores do entornou, e foi intensificada a vacinação na cidade. "Estamos antecipando a aplicação da segunda dose em crianças para garantir a imunização mais rápida", disse.
No interior, o vírus já circula na maioria das regiões. No Vale do Paraíba, foram confirmados casos em Taubaté, Caçapava, Pindamonhangaba e São José dos Campos. Na região norte, além de Fernandópolis, três crianças pegaram sarampo e outros cinco casos estão em investigação, em Sertãozinho.
No oeste paulista, o primeiro caso foi registrado em Presidente Venceslau, afetando uma criança de três anos. Em Santos, no litoral sul de São Paulo, o número de casos subiu para 7. A pasta da saúde informou que este ano já foram aplicadas 120 mil doses de vacina - em todo o ano passado, foram aplicadas 26 mil.
Casos em Paraty, no Rio, levaram a prefeitura de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, a reforçar medidas contra a doença. A Vigilância em Saúde fez um apelo à população para buscar a unidade de saúde mais próxima e verificar se crianças e adultos da família estão com a vacina atualizada. "Há muitos casos confirmados da doença em cidades do Vale do Paraíba e o vírus pode chegar a Ubatuba devido à vinda de turistas", alertou a chefe da Vigilância Epidemiológica, Elisabete Borges de Matos.
Em Sorocaba, a Vigilância Municipal identificou três casos de sarampo, acometendo pacientes de 7, 9 e 32 anos, todos do sexo masculino. O último caso foi identificado na quarta-feira, 17, no bairro Barcelona. Os pacientes não precisaram de internação hospitalar.
Além dos bloqueios, foi intensificada vigilância para detectar eventuais novos casos. A secretária da Saúde, Keli Schettini, disse que não há motivo para pânico por parte da população. "Desde que a Vigilância toma ciência da suspeita, imediatamente diversas ações foram e estão sendo realizadas para a prevenção de novos casos", afirmou.
Entenda o sarampo
O sarampo é uma doença grave e que pode levar à morte, mas pode ser evitada pela vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Ela integra o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e é aplicada aos 12 meses, com reforço aos 15 meses com a tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela).
Até os 29 anos, a recomendação é tomar duas doses do imunizante. Entre 30 e 59 anos, a pessoa deve ser vacinada uma vez. Para quem não sabe se já tomou o número adequado de doses da vacina, a orientação é se vacinar.
Quem já teve sarampo não precisa se vacinar, pois já possui os anticorpos para que a doença seja evitada. para saber mais sobre quem deve tomar a vacina.