Check-up do cérebro com IA pode revelar Alzheimer; veja os benefícios da descoberta precoce
Avaliação clínica e triagem cognitiva pode detectar predisposição a doenças e antecipar tratamentos
A tendência de realizar exames genéticos para descobrir a predisposição a eventuais doenças subiu para a cabeça. As pessoas agora também buscam por uma espécie de "check-up do cérebro" que pode rastrear alterações precoces e doenças neurodegenerativas e demenciais, a exemplo do Alzheimer.
Funciona assim: o paciente se consulta com um neurologista ou neurocirurgião que possa avaliar seu histórico familiar, antecedentes e predisposição para o desenvolvimento de doenças. A partir disso, o especialista vai solicitar os exames necessários.
"O que eu costumo recomendar para todos, sem exceção, é uma triagem cognitiva", inicia a neurocirurgiã Juliana Rebechi Zuiani, em entrevista ao Terra.
"Hoje, dispomos da inteligência artificial para fazer um teste bastante acessível e rápido no consultório. Teste não invasivo, que leva em torno de 12 minutos, e alia a inteligência artificial, biomarcadores digitais e realidade aumentada imersiva. E aí, dependendo dos antecedentes e da história de saúde dessa pessoa, posso direcionar para exames de imagem e de laboratório. Mas, em geral, é muito mais uma avaliação clínica e essa triagem cognitiva do que qualquer outra coisa", completa a médica.
De acordo com Juliana, o check-up é válido porque a identificação precoce de eventuais problemas permite uma intervenção antes do avanço das doenças. Isso significa maiores chances de sucesso no tratamento de algumas patologias a até a prevenção de outras.
Quanto ao custo, varia muito, pois depende da clínica, da região onde está o paciente, frequência com que ele precisa fazer os exames e ainda a combinação de outros exames e consultas solicitados pelo médico. "Mas, em média, o paciente paga entre R$ 350 e R$ 750 pelo exame com inteligência artificial", indica Ronald Lorentziadis, sócio-diretor da Biocare | Sparkia, plataforma de negócios do setor de saúde.
A quem interessa o check-up do cérebro?
De acordo com a neurocirurgiã, não há um grupo populacional específico para fazer a triagem, mas ela recomenda que seus pacientes façam exames preventivos a partir dos 40 anos. Ao longo de sua experiência, a médica observa que os problemas mais detectados são ateromatose, estreitamentos, doenças circulatórias, cognitivas e neurodegenerativas.