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Chinês se recupera do coronavírus após 111 dias com respirador artificial

Mídia estatal chinesa informou que paciente se recuperou após mais de três meses de tratamento em uma máquina de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO).

31 ago 2020 - 12h55
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Paciente hospitalizado com covid-19
Paciente hospitalizado com covid-19
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Um paciente com coronavírus na China se recuperou após mais de três meses de tratamento em uma máquina de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO, por sua sigla em inglês), que assume as funções pulmonares do corpo, segundo a mídia estatal.

O homem de 62 anos foi internado em um hospital em Guangzhou, no sudeste da China, em janeiro. Em fevereiro, ele foi colocado na ECMO, um tratamento invasivo e caro que geralmente é escasso, e foi mantido por 111 dias.

Não se trata, no entanto, do registro mais longo de tratamento com ECMO. Nos Estados Unidos, uma menina de sete anos foi tratada por 551 dias com a máquina, conforme relatado em 2016 pelo departamento médico da Universidade Johns Hopkins.

"Pelo bem da saúde e da vida das pessoas, faremos o que for preciso, enquanto houver um fio de esperança", disse o dr. Zhong Nanshan à agência de notícias Xinhua, em Guangzhou.

O tratamento com ECMO é extremamente caro. Um hospital dos Estados Unidos cobrou no ano passado US$ 4,2 milhões (mais de R$ 22 milhões) por um tratamento de 60 dias para um jovem de 19 anos com insuficiência respiratória que não sobreviveu, de acordo com o site de notícias Kaiser Health.

Metade dos pacientes colocados na máquina, que normalmente já estão profundamente doentes, acaba morrendo, segundo o relatório.

Respiração fora do corpo: o que é ECMO?

A oxigenação por membrana extracorpórea é uma ferramenta na medicina moderna que está sendo cada vez mais usada devido à pandemia de covid-19.

A máquina aspira o sangue e o oxigena antes de devolvê-lo ao corpo quando os pulmões ou o coração falham.

A ECMO usa uma máquina equipada com uma bomba centrífuga, que se encarrega de movimentar o sangue, e um oxigenador que usa uma membrana de polimetilpenteno para separar o sangue do gás.

"E o que ela faz é adicionar oxigênio e tirar o CO2, remover dióxido de carbono", explicou à BBC News Mundo Jordi Riera, médico da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Vall d'Hebron, em Barcelona.

Para isso, o dispositivo é conectado ao paciente através de dois acessos: um usado para extrair o sangue e outro para introduzi-lo novamente no sistema circulatório após a passagem pelo oxigenador.

E, dependendo de onde estiver conectado esse segundo acesso, pode ser fornecida assistência respiratória (se conectada a uma veia) ou mesmo assistência cardiorrespiratória se inserida em uma artéria.

O procedimento, que começou com o uso principalmente em bebês e recém-nascidos, é visto como um tratamento que tem de ser usado com parcimônia, por ser complexo, invasivo e associado a complicações que podem ser relevantes. Além disso, devido à complexidade da ECMO, as capacidades para aplicá-la adequadamente estão limitadas a alguns centros de excelência.

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