Chuvas no RS: saiba o que fazer se tiver contato direto com a água das enchentes
Ministério da Saúde disponibilizou documento com informações sobre como agir em casos de enchentes, buscando evitar doenças e infecções
Temos acompanhado nos últimos 10 dias as fortes chuvas e enchentes que vêm atingindo o estado do Rio Grande do Sul. Infelizmente, notícias anuais de inundações têm se tornado mais comuns, ano após anos. É importante que, a princípio, políticas públicas sejam cada vez mais pensadas - ou melhor, cada vez menos negligenciadas - para que a população não precise enfrentar este sério problema e suas consequências.
Contudo, existem, sim, algumas instruções que podemos seguir para evitar a proliferação de doenças e infecções e preservar a saúde dos moradores das regiões afetadas. Estas foram compartilhadas pelo Ministério da Saúde no site oficial do governo. Abaixo, dividimos dicas essenciais de como agir em casos de alagamentos. Confira:
O que fazer em casos de contato direto com a água das enchentes?
A primeira recomendação é evitar ao máximo o contato com a água das enchentes. Mas, caso contrário, a sugestão é que sejam usadas luvas e botas de borrachas. Se não possuir os materiais em casa, poderá substituí-los por sacos plásticos duplos. O ideal é cobrir principalmente pés e mãos.
Caso suas mãos entrem em contato com a água proveniente das enchentes, a primeira medida é buscar higienizá-las com água tratada. Se não for possível, evite encostá-las na boca, olhos, nariz ou possíveis feridas pelo corpo. Contaminadas, o risco de infecções e possíveis transmissões virais e bacterianas aumenta exponencialmente.
É importante também evitar que crianças nadem ou brinquem nos pontos de alagamento. Em casos de enchente, as águas podem estar contaminadas pela urina dos ratos ou outros animais infectados, que, em contato com a pele, com ou sem ferimentos, podem causar leptospirose. Febre alta, dor de cabeça e muscular, sangramento, calafrios e vômitos são alguns sintomas.
Além da leptospirose, outras doenças comuns que podem ser transmitidas a partir das águas contaminadas das enchentes, por consumo ou contato, são: cólera, diarreia, febre tifoide, hepatite A, giardíase, amebíase, verminoses e esquistossomose.
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Como consumir água em meio às enchentes?
Sabemos que a falta de água potável é um dos principais problemas enfrentados pelas pessoas que estão lidando com os alagamentos. A indicação do Ministério da Saúde é, primeiramente, observar alterações na água da torneira, como cor e odor. Se notar mudanças, evite seu uso e, se possível, entre em contato com a empresa responsável pela distribuição da água ou Secretaria de Saúde da cidade.
Preferivelmente, o consumo de água deve ocorrer através do abastecimento ou compra de galões de água potável.
Em casos mais extremos, a recomendação é tratar a água para consumo com hipoclorito de sódio (2,5%). Como ensinam, para cada litro de água, adicione duas gotas de hipoclorito de sódio e deixar a solução em repouso por 30 minutos. É essencial respeitar esta meia hora para que as bactérias sejam eliminadas.
Outra opção para a higienização das águas para consumo é fervê-las por, no mínimo, 5 minutos. Você ainda pode combinar as duas opções citadas, se for possível.
E os alimentos?
No caso dos alimentos, a principal medida é evitar o consumo daqueles que tiveram qualquer contato com a água das enchentes, pois estes também podem transmitir doenças. É importante também não consumir alimentos com cheiro, cor ou aspecto fora do normal, além de "alimentos como leite, carne, peixe, frango e ovos, crus ou malcozidos, principalmente aqueles que entraram em contato com a água de enchente", como aponta o documento.
Evite também frutas, verduras e legumes mofados ou escurecidos, e que, assim com os de cima, entraram em contato com a água da enchente. Também alimentos vencidos e alimentos cozidos ou refrigerador que ficaram por mais de duas horas fora da geladeira. Embalagens de plástico que não foram abertas, mas que apresentam alterações ou tiveram contato com a água dos alagamentos, devem ser evitados.
Os alimentos que não tiveram contato com as águas das chuvas, que são industrializados e embalados em vidros, latas ou caixa tipo "longa vida" e não apresentam alterações, podem ser consumidos. Preferencialmente, higienize as embalagens com duas colheres de hipoclorito de sódio 2,5% e água tratada, também aguardando 30 minutos para uma limpeza mais eficiente.