Cientistas relacionam zika com deformações de articulações em recém-nascidos
Pesquisadores brasileiros estabeleceram uma possível relação entre o vírus da zika com uma síndrome que provoca deformações nas articulações em recém-nascidos, segundo um estudo publicado nesta terça-feira pela revista "British Medical Journal".
O vírus foi associado até agora com casos de microcefalia e danos cerebrais nas crianças quando uma mulher grávida é contagiada.
Um grupo de cientistas de Recife, um dos pontos centrais da atual epidemia de zika, divulgou o caso de sete recém-nascidos com infecções congênitas, presumivelmente causadas por esse vírus, que sofrem artrogripose.
Essa síndrome clínica, pouco comum, provoca deformidades nas articulações das pernas e dos braços, assim como fraqueza muscular.
Os pesquisadores, que apresentam em seu trabalho uma análise da estrutura muscular das crianças, junto com scanners cerebrais, sugerem que a artrogripose tem "possivelmente uma origem neurogênica".
Os cientistas acreditam que essa condição está relacionada com o modo como os neurônios motores transmitem os sinais para os músculos durante o desenvolvimento do feto.