Com 983 mil casos, Saúde sugere estabilização da covid-19
O secretário de Vigilância em Saúde disse que há uma tendência de diminuição de novos óbitos e uma estabilização de novos casos
SÃO PAULO - O Ministério da Saúde afirmou nesta quinta-feira, 18, que o Brasil parece estar caminhando para uma estabilização de casos e óbitos em decorrência do novo coronavírus. Ao apresentar análises epidemiológicas de todas as regiões do País, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, disse que há uma tendência de diminuição de novos óbitos e uma estabilização no número de novos casos a cada semana, mas que é preciso analisar os próximos dias para ver se o cenário se confirma.
Gráficos apresentados pela pasta mostram que, apesar de haver aumento de casos a cada semana, a porcentagem de crescimento foi reduzindo com o passar do tempo. Por exemplo: até a semana de 10 a 16 de maio, foram contabilizados 77.203 casos de covid-19 no País enquanto que de 17 a 23 de maio, foram 114.256. Isso dá um acréscimo de 48%. Na semana seguinte, o total subiu para 151.042, com aumento de 32%. Nas duas semanas seguintes, os registros de infecções subiram 15% e depois 2%. O mesmo tipo de análise é feita para o acumulado de mortes por semana.
"Quando você olha a inclinação da curva epidemiológica de novos casos de covid-19 por semana epidemiológica no Brasil, dá a entender que nós estamos entrando em um platô, que a inclinação da curva se encaminha para uma estabilidade", disse Medeiros. "Nós precisamos confirmar se essa tendência permanece com o passar dos próximos 15 dias, mas a gente já consegue perceber que estamos, talvez, entrando efetivamente em um platô de novos casos."
Sobre os óbitos novos por covid-19 a cada semana, ele disse haver, "claramente", uma tendência de estabilização nas últimas três semanas, com diminuição no número total. "É claro que a gente precisa acompanhar a evolução dos dados nos Estados, no País como um todo, mas isso já nos mostra uma certa tendência de diminuição."
Apesar desse cenário aparentemente otimista, o secretário apresentou mapas que mostram a interiorização do novo coronavírus nos Estados da região Nordeste do País. Ainda assim, segundo ele, embora haja um aumento significativo no número de casos, há uma semana se observa uma tendência de estabilidade. "Em Pernambuco, nos parece crer que há três ou quatro semanas epidemiológicas, o pico maior já passou, há tendência de diminuição, tanto no número de casos como de óbitos. E o Ceará tende a mostrar essa mesma evolução da curva", afirmou. Ele fez as mesmas observações quanto às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Medeiros ressaltou que um complicador para essa possível estabilização é a sazonalidade de doenças respiratórias. "Somos um País continental e temos diferenças. O inverno no Sul está começando agora, que tem características de doenças de temperatura menor. É uma preocupação porque, classicamente, a região Sul em relação à covid-19 não foi tão intensa quando comparada com Norte ou Nordeste. Estamos bastante preocupados e atentos com o que poderá acontecer com o Sul e Sudeste com a chegada do inverno", afirmou.
Situação do novo coronavírus no País
O Brasil registrou, pelo terceiro dia consecutivo, mais de mil mortes por covid-19 em 24 horas. Foram 1.204 óbitos contabilizados de quarta-feira, 17, para esta quinta-feira, elevando o total de vidas perdidas para 47.869 no País, segundo dados do levantamento realizado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretarias estaduais de Saúde. O número de casos confirmados da doença no País saltou de 960.309 para 983.359 no mesmo período, com 23.050 novos registros.
Dos 5.570 municípios brasileiros, 4.590 (82,4%) já registraram casos do novo coronavírus e 2.165 (38,9%) têm registro de mortes pela covid-19. Em 2020, o Ministério da Saúde reportou 265.578 hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave (Srag), das quais 105.869 foram por covid-19. Dessas internações pelo novo coronavírus, 68% eram de pessoas acima de 50 anos. Quanto aos óbitos por Srag, a pasta registrou 64.247 este ano, dos quais 39.417 foram por covid-19. Desses, 71% eram de pessoas acima de 60 anos.