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Com baixa ocupação, SP vai redirecionar leitos de UTI

Índice é de 44% no Estado, o menor já registrado desde o início da pandemia; ocupação de leitos vem em queda há dez semanas

30 set 2020 - 14h45
(atualizado às 14h56)
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Diante da baixa taxa de ocupação de leitos de UTI, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo decidiu que iniciará o redirecionamento de leitos de terapia intensiva para outras doenças. Nesta quarta, 30, o índice é de 44% no Estado, o mais baixo registrado durante a pandemia. Na Grande São Paulo, a taxa é de 42,5%. A informação foi dada pelo secretário da pasta, Jean Gorinchteyn, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

"Temos um dos menores índices de toda a pandemia no nosso Estado. E precisamos retomar as atividades também na área da saúde, porque não temos só o covid-19. Os índices da saúde pautarão o redimensionamento de leitos de terapia intensiva e também os atendimentos a várias doenças. Temos cirurgias que foram represadas. Faremos isso de forma gradual, com o apoio dos conselhos de secretários municipais de saúde. Dessa forma, poderemos analisar cada uma das regiões e poderemos atender a todos os cidadãos", afirmou Gorinchteyn.

Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Foto: Divulgação / Governo do Estado de SP / Estadão Conteúdo

O Estado completou dez semanas de queda consecutiva nas taxas de ocupação de leitos de UTI. Nesta quarta, de acordo com balanço divulgado pelo governo, 3.965 pacientes, entre casos suspeitos e confirmados de coronavírus, estavam internadas nesses leitos. Em enfermaria são 5.051 pacientes. Já tiveram alta hospitalar no Estado desde o início da pandemia 107.932 pessoas.

"A taxa de ocupação no auge da pandemia chegou a ser de 95% em algumas cidades. E alcançou seu menor patamar essa semana, com 44% de média de ocupação. Em alguns locais, já é inferior a 35%. Isso nos dá capacidade para transferir esses leitos para atender a demanda de cirurgias eletivas de alta complexidade e tratar doenças como câncer e problemas cardiovasculares", afirmou o governador João Doria (PSDB).

Segundo Doria, antes da pandemia o Estado tinha pouco mais de 3 mil leitos de UTI. Agora, já contabiliza 8.200. "Saímos na frente nessa situação, para atender pessoas que ficaram em suas casas, e agora precisam de cirurgias. Isso é importante para salvar vidas e reequilibrar o sistema de saúde pública no Estado de São Paulo", disse.

De acordo com o coordenador do Centro de Contingência Contra a Covid-19, José Medina, mais da metade dos leitos covid estão desocupados. "Primeiro, vamos desmobilizar leitos transitórios e provisórios. Parte dos equipamentos, entre eles respiradores, devem ser usados em reposição de equipamentos antigos", afirmou.

O coordenador-executivo do Centro, João Gabbardo dos Reis, afirmou que esse processo deve ser feito de forma não linear. E que cada região precisa levar em conta os indicadores, até para que não se percam os resultados de queda nos números da doença registrados até o momento. "Esse processo não pode de maneira alguma deixar a região com risco de ficar desassistida e não podemos perder o que foi feito na pandemia", disse.

O Estado de São Paulo contabiliza nesta quara-feira, 30, 985.628 casos da doença e 35.622 mortes.

Estadão
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