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Com coronavírus, OMS teme desabastecimento de remédios e oxigênio medicinal

Entidade diz que monitora possível falta de suprimentos médicos no mundo com epidemia

6 mar 2020 - 13h46
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SÃO PAULO - A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira, 6, que monitora o potencial risco de desabastecimento de remédios e outros suprimentos médicos por causa do surto de coronavírus que atinge mais de 80 países e territórios.

Segundo balanço apresentado pela entidade na tarde desta sexta-feira, 6, já são 98.023 casos e 3.380 mortes pelo coronavírus confirmadas em todo o mundo. Nas últimas 24 horas, foram 2.736 novos registros em 47 países e territórios.

Em entrevista coletiva de imprensa, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a falta de remédios é uma possibilidade não só pela alta na demanda de suprimentos médicos, mas pelo fato de a China ser um dos principais produtores de insumos para essa indústria. "A China é uma grande produtora de princípios ativos e de produtos intermediários que são usados para produzir remédios em outros países. A OMS concentra-se nos remédios essenciais para atenção básica e emergências", disse ele.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde.
Foto: Twitter/OMS / Estadão

Ghebreyesus afirmou que a organização está trabalhando com associações de indústrias, agências regulatórias e outros parceiros para monitorar esse risco de desabastecimento. Até agora, diz a OMS, não foi identificado nenhum risco iminente de falta de remédios, mas a entidade demonstrou preocupação com a situação de abastecimento de oxigênio medicinal.

"O acesso ao oxigênio medicinal pode ser a diferença entre a vida e a morte para alguns pacientes, mas já há escassez em alguns países, o que pode ser agravado por essa epidemia de Covid-19", declarou Ghebreyesus. Ele afirmou que a OMS tem um grupo de trabalho com fundações internacionais para aumentar o acesso ao oxigênio medicinal.

Na coletiva de imprensa, o diretor-geral destacou novamente a importância de os países priorizarem medidas de contenção do surto, mesmo com o aumento de casos. Ele defendeu que tornar a disseminação mais lenta pode salvar vidas ao dar mais tempo de preparação aos governos e sistemas de saúde.

"Cada dia que conseguimos desacelerar a epidemia é um dia a mais que os hospitais podem se preparar, um dia a mais que os governos podem preparar seus profissionais de saúde para detectar, testar, tratar e cuidar dos pacientes, um dia que estaremos mais próximos de vacinas e tratamentos", declarou Ghebreyesus.

O diretor-geral da OMS informou que a entidade publicará hoje um documento que reúne as áreas prioritárias de pesquisa científica para o coronavírus. O guia foi elaborado a partir de contribuições de 400 especialistas que se reuniram em fevereiro na OMS.

Questionados nesta sexta-feira sobre as taxas de mortalidade da doença, hoje em torno de 3,4%, as lideranças da OMS afirmaram que ainda não é possível saber a real letalidade da doença, tendo em vista que não se sabe o porcentual de doentes assintomáticos.

Estadão
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