Com mil casos de covid-19, litoral norte de SP autoriza quiosques e reabre praias
Praias estavam fechadas para banhistas desde o fim de março. Os quatro municípios da região somam 1.003 casos e 36 mortes pelo vírus
<divclass="embed-externo"></div>
SOROCABA - No dia em que a região ultrapassou a marca de mil pessoas infectadas pelo novo coronavírus, o movimento voltou às praias do Litoral Norte de São Paulo, nesta sexta-feira, 19. Na maioria das cidades, as faixas de areia foram reabertas e os quiosques já funcionam. As praias estavam fechadas para banhistas desde o fim de março. Os quatro municípios da região somam 1.003 casos e 36 mortes pelo vírus. Em um mês, o número de óbitos aumentou 400%, mesmo com a taxa de isolamento social acima da média estadual - 53% contra 46% do Estado nesta sexta.
A prefeitura de Caraguatatuba publicou decreto na quinta-feira, 18, permitindo o funcionamento de bares, restaurantes e quiosques por seis horas diárias, duas a mais que o permitido pelo plano estadual de reabertura. A medida inclui salões de beleza e academias de ginástica. A prefeitura informou que seus técnicos concluíram que abrir o comércio durante quatro horas, como manda do Plano São Paulo, causa mais aglomeração do que em horário mais longo. As lojas de rua abrem das 11 às 17 horas e as de shoppings, das 14 às 20 horas, com limitação de 20% da capacidade. Os estabelecimentos podem abrir duas horas antes para atender idosos.
Os quiosques de praia foram autorizados a montar até dez mesas para quatro pessoas, com 1,5 m de distância entre elas. Hotéis e pousadas funcionam com limite de 40% na ocupação. "Nossa prioridade continua sendo preservar vidas, por isso estipulamos horários diferenciados para evitar aglomerações", explicou o prefeito Aguilar Junior (MDB). Caraguatatuba registrava nesta sexta 309 casos positivos e 22 mortes por covid-19.
Em São Sebastião, com 455 casos e cinco mortes, a prefeitura liberou atividades ao ar livre, inclusive nas praias. O turismo náutico foi autorizado com metade da lotação das embarcações. Academias de ginástica e escolas de natação podem atender com personal. Os restaurantes, inclusive quiosques, funcionam de segunda a sexta-feira, das 11 às 15 horas, com 30% da capacidade. O self-service continua vetado. Hotéis e pousadas já podem receber hóspedes até a metade da lotação.
Em Ilhabela, com 132 casos e dois óbitos, o acesso às praias foi liberado para a prática esportiva, incluindo esportes náuticos, mas de forma individual ou, no máximo, em dupla. As marinas voltaram a funcionar. Bares, restaurantes, lanchonetes e salões de beleza funcionam desde a segunda-feira, 15. As ciclovias também recebem ciclistas, mas a abertura da cidade para turistas está prevista apenas para 1.º de julho.
Por outro lado, a região adotou medidas restritivas mais rigorosas, até em razão da maior facilidade no controle de acesso, devido à ausência de ligação física com o continente, o que explicaria os menores índices de covid-19. A prefeitura ainda barra a entrada de turistas, com o controle no serviço de balsas, mas liberou o acesso de proprietários de casas de veraneio (segunda residência) no município e pessoas da família, desde que a entrada se dê entre terça e quinta-feira. Essas pessoas podem permanecer até 14 dias na ilha e precisam preencher o formulário eletrônico na travessia de balsa.
A prefeitura de Ubatuba reabriu as praias para esportes aquáticos. Os quiosques também voltaram a atender por delivery e à la carte, mas sem a colocação de mesas na faixa de areia. Os hotéis ainda não podem receber hóspedes - o retorno está previsto para 1.º de julho. O comércio em geral abre de segunda a sexta-feira, até as 19 horas. "Estamos seguindo os protocolos sanitários do governo estadual", disse o prefeito Delcio Sato (PSD). A cidade tem 107 casos positivos e sete óbitos pelo coronavírus.
O secretário de Desenvolvimento Regional do Estado, Marco Vinholi, representante do Conselho Municipalista no comitê estadual da covid-19, disse que o governo de São Paulo indica o cumprimento da fase determinada pelo Centro de Contingência para resguardar a vida da população. "Mesmo com boas taxas de isolamento, as atividades com maior risco de contágio, como bares e restaurantes, poderão produzir um efeito de crescimento da pandemia nos municípios", afirmou.