Com processos mais ágeis, Brasil terá novas vacinas
As lições aprendidas durante a pandemia impulsionam o desenvolvimento de novas vacinas. Falta melhorar a comunicação com a população
Depois que a ciência deu demonstrações de alta capacidade para desenvolver vacinas em tempo recorde durante a pandemia de covid, podemos esperar muitas novidades para os próximos anos. "A pandemia foi uma grande catalisadora e aceleradora do desenvolvimento científico", diz a microbiologista Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência. "Estamos colhendo frutos riquíssimos de todo esse processo, avanços que certamente vão servir para o combate a outras doenças."
O impulso à vacinação está diretamente conectado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o ano de 2030 - especialmente à Meta 3: "Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades". Os compromissos assumidos pelo Brasil dentro dessa meta envolvem acabar com epidemias como tuberculose, malária, hepatites virais e doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Para o médico sanitarista Gonzalo Vecina, faz todo sentido associar a causa da vacinação à necessidade de reduzir as desigualdades sociais no Brasil. Afinal, quando estão envolvidas com o desafio da sobrevivência imediata, as pessoas tendem a não se preocupar com doenças. "Aprendemos muito na pandemia do ponto de vista científico. Agora conhecemos melhor o nosso sistema imunológico, que nos protege do que não faz parte do nosso corpo, e isso abre vários caminhos, inclusive para o combate ao câncer", ele analisa. "Já do ponto de vista social, o balanço é negativo, com as fake news, o posicionamento de dirigentes contra a vacina e a desinformação vindo muitas vezes dos próprios médicos e conselhos de medicina."
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