Como o histórico familiar influencia seu consumo de álcool?
Gene e ambiente social desempenham papel importante na sua relação com a bebida, mas não são determinantes
É comum que pessoas que enfrentam problemas com alcoolismo tenham, em sua própria família, outras pessoas que também sofram com o mesmo dilema. Aliás, você sabia que a ciência já provou até que certos genes influenciam, sim, como o corpo processa o álcool?
Alguns genes determinam o seu nível de tolerância ao álcool. Para certos indivíduos, beber pode ser um processo fisicamente desagradável. Esta característica está associada a pelo menos duas variantes genéticas e é mais comum em pessoas de ascendência asiática. Do outro lado, tem gente que consome bebida alcóolica em grandes quantidades e não se sente tão embriagada.
Além disso, a genética também afeta o modo como o cérebro responde às recompensas. Isso pode influenciar, sim, a busca por experiências divertidas ou prazerosas em indivíduos com propensão ao vício.
Outro fator que afeta a relação das pessoas com o álcool é o ambiente em que ela cresce. Quem cresce em famílias acostumadas a consumir muita bebida alcoólica e faz associações positivas disso a memórias do passado, também está mais propenso a desenvolver uma relação de vício com a substância.
Uma pesquisa publicada pelo American Journal of Psychiatry mostrou que cerca de 16% das pessoas que experimentam álcool pela primeira vez entre os 11 e os 12 anos desenvolvem dependência à bebida, contra apenas 1% das pessoas que começam a beber quando têm 19 anos ou mais. Exposição a traumas infantis também aumenta o risco de desenvolver alcoolismo.
Como se proteger do vício?
Para a maior parte dos especialistas, a melhor maneira de se libertar do vício é parando de fazer o uso da substância. Caso não queira seguir o caminho da abstinência completa, tente beber com moderação – não mais do que uma dose por dia para mulheres e duas para homens.
A rede de apoio é outra maneira de evitar o consumo excessivo de substâncias alcoólicas. Converse com amigos, companheiros e colegas sobre o assunto e fique atento ao que eles falarem sobre o quanto você bebe, já que nem sempre é fácil de se autodiagnosticar. Associações como os “Alcoólatras Anônimos" funcionam para desvincular as pessoas do vício.
Vale lembrar que, ainda que alguns fatores genéticos influenciam o consumo de álcool, nem os genes nem o ambiente em que você se desenvolveu são determinantes para que você não desenvolva uma relação saudável com a bebida.