Composto dietético move proteína tóxica para o cérebro
Um estudo recente em ratos revela que um herbicida agora banido e um produto químico derivado de alimentos comuns podem trabalhar juntos para produzir sintomas semelhantes aos presentes na doença de Parkinson. A doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa. Células cerebrais na substância negra — uma região vital para o controle motor — quebram lentamente. Os sintomas mais comuns de Parkinson são rigidez e tremor. Outros sintomas incluem algumas outras mudanças físicas e alguns problemas psicológicos. Uma proteína chamada alfa-sinucleína desempenha um papel fundamental no mal de Parkinson; ela se aglomera para formar parte de estruturas maiores chamadas corpos de Lewy. Estes parecem matar as células do cérebro.
Um fator de risco potencial que desencadeou o debate é a exposição a um herbicida chamado paraquat. Recentemente, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Penn State em Hershey queriam descobrir se o contato com o paraquat, ou não — em níveis realistas de exposição — poderia, de fato, aumentar o risco de desenvolver a doença de Parkinson. Os cientistas acreditam que a alfa-sinucleína está presente ao longo do nervo vago, e entre o estômago e o cérebro. De fato, estudos recentes mostraram que o nervo vago tem uma conexão direta com a substância nigra, tornando-se um dos principais suspeitos na doença de Parkinson. Essa ligação direta também ajuda a explicar por que os problemas digestivos muitas vezes precedem os sintomas motores de Parkinson por vários anos.
Eles foram capazes de demonstrar que, se você tiver exposição oral ao paraquat, mesmo em níveis muito baixos, e também consumir lectinas, isso poderia desencadear a formação dessa proteína — alfa-sinucleína — no intestino. Uma vez formada, pode viajar pelo nervo vago e até a parte do cérebro que desencadeia o aparecimento da doença de Parkinson. Esta série de experimentos demonstra como a interação entre dois compostos ingeridos pode conspirar para criar e transportar estruturas protéicas tóxicas do intestino para o cérebro. No futuro, os pesquisadores planejam explorar se certas modificações dietéticas ou drogas podem interferir na produção de alfa-sinucleína ou na jornada da proteína do intestino para o cérebro.
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