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Congelamento de óvulos: 7 verdades sobre o procedimento

Especialista em reprodução humana esclarece as principais dúvidas sobre o método. Entenda como funciona o congelamento de óvulos

24 mai 2022 - 10h05
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Congelamento de óvulos
Congelamento de óvulos
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Em entrevista à rádio Globo, Maju Coutinho revelou que decidiu congelar seus óvulos quando tinha 37 anos. Atualmente, a apresentadora do Fantástico tem 43 anos, mas nenhuma vontade de engravidar. Ao comentar sobre o procedimento, Maju ressaltou que "podemos reduzir um pouco a pressão sob a mulher".

O mesmo acontece com outras celebridades nacionais e internacionais, como Claudia Raia, Rita Ora, Thelma Assis, Emma Roberts e Sarah Andrade, que já congelaram seus óvulos. As motivações já não são as mesmas do passado.

"Até pouco tempo atrás as mulheres buscavam o congelamento de óvulos principalmente por motivos médicos, como antes de tratamentos oncológicos, que podem causar danos aos ovários, ou em casos de doenças que podem provocar falência ovariana prematura. Mas esse já não é mais o caso. É cada vez mais comum que as mulheres cheguem ao consultório buscando pelo congelamento dos óvulos por motivos pessoais, seja devido à carreira, falta de condições no momento, por ainda não se sentirem prontas ou por não terem encontrado o parceiro certo", diz o Dr. Rodrigo Rosa, médico especialista em reprodução humana.

O congelamento consiste na criopreservação dos óvulos em nitrogênio líquido na temperatura de -196°C, procedimento que tem sido encorajado pelos especialistas para qualquer mulher que quer ter filhos, mas prefere deixar os planos para o futuro. "O congelamento de óvulos é uma boa estratégia para quem deseja adiar a gravidez, mas não quer correr o risco de perder a fertilidade", explica o médico.

No entanto, antes de ir para a clínica, é importante levar alguns pontos em consideração. Confira sete verdades sobre o congelamento de óvulos:

  • Congelar os óvulos não dá garantia definitiva de gestação no futuro

Isso porque existe uma série de fatores que podem interferir na viabilidade do óvulo durante todo o processo. Por exemplo, alguns óvulos podem não sobreviver ao degelo, enquanto outros podem não ser fertilizados com sucesso. "A idade do congelamento também é importante, visto que, apesar dos óvulos estarem congelados, a mulher continua a envelhecer e, consequentemente, terá que enfrentar as realidades da gravidez na idade que possui'', afirma o médico.

  • Não tem idade certa, mas existe a idade ideal

De acordo com o especialista, não existe uma idade com contraindicação para o congelamento de óvulos, mas o ideal é que o procedimento seja realizado até os 35 anos. Isso porque, quanto mais jovem a mulher no momento do congelamento, maiores serão as chances de o óvulo gerar um bebê. 

"O ideal é congelar os óvulos até os 35 anos, mas recomenda-se que qualquer mulher que possua o desejo de engravidar a longo prazo congele os óvulos mesmo que tenha uma idade avançada, até os 43 anos. A partir dos 44 anos já não é mais recomendado", explica o Dr. Rodrigo.

  • O processo não é tão simples quanto parece

Todo o ciclo de congelamento de óvulos leva cerca de três semanas, já que há uma bateria de exames que devem ser realizados e um período (de uma a duas semanas) em que a mulher deve fazer uso de pílulas anticoncepcionais para desativar temporariamente os hormônios naturais.

"Em seguida, realizamos injeções de hormônios por cerca de 10 dias para estimular os ovários e amadurecer vários óvulos. É só após amadurecerem adequadamente que os óvulos são coletados, o que é realizado sob efeito de sedação por meio de uma pequena agulha que é inserida na vagina e é guiada por um transdutor até os ovários para que os óvulos sejam aspirados e congelados imediatamente," elucida o especialista.

  • O custo é alto

"O congelamento de óvulos não é um procedimento barato. Os valores podem variar de clínica para clínica, mas é preciso colocar no planejamento os custos de todo o processo, incluindo as medicações, o procedimento em si, o armazenamento dos óvulos e, claro, a fertilização in vitro para quando a mulher estiver finalmente pronta para engravidar", afirma.

  • O procedimento pode causar efeitos colaterais

De modo geral, o congelamento de óvulos é bastante seguro, mas cada corpo pode apresentar uma reação diferente. Por isso, alguns efeitos colaterais são esperados. "Devido ao uso dos hormônios necessários para estimulação ovariana a mulher pode apresentar sintomas como dor de cabeça, instabilidade emocional, inchaço, náusea e dor muscular. Mas esses sintomas, que são muito similares com aqueles apresentados durante a TPM, passam com o fim da estimulação hormonal e podem ser aliviados com o devido acompanhamento", diz o médico.

  • O congelamento de embriões pode ser uma alternativa

O Dr. Rodrigo ressalta que, caso a mulher já tenha um parceiro, o congelamento de embriões pode ser mais interessante do que o de óvulos. "Os embriões nada mais são que os óvulos já fertilizados com o sêmen do parceiro. A vantagem no congelamento dos embriões é que, por serem estruturas celulares mais complexas e bem desenvolvidas, têm maiores chances de sobreviverem ao descongelamento em comparação aos óvulos. Mas, no final das contas, essa é uma decisão muito individual, pois é preciso levar em consideração uma série de fatores, incluindo o que acontecerá com o embrião caso o relacionamento atual acabe", lembra o especialista.

  • É preciso planejamento

No fim das contas, esse é o elemento essencial para que o congelamento de óvulos seja seguro e bem-sucedido. O médico destaca que um bom planejamento deve incluir a escolha de um especialista experiente e até a decisão de quantos filhos você quer ter ao longo da vida, pois isso influencia diretamente na quantidade de óvulos que devem ser congelados.

"No geral, recomendamos que 10 ovos sejam armazenados para cada tentativa de gravidez, sendo que a maioria das mulheres com 38 anos de idade ou menos pode esperar colher de 10 a 20 óvulos por ciclo. Por isso, planeje-se de antemão e conte com a ajuda de seu médico para passar por todo esse processo com tranquilidade", finaliza o Dr. Rodrigo Rosa.

Fonte: Dr. Rodrigo Rosa, ginecologista obstetra especialista em reprodução humana.

Saúde em Dia
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