Conheça os benefícios da dieta do Atlântico para a saúde
Priorizando frutas, vegetais, legumes e peixes frescos, ela ajuda a reduzir os riscos de doenças
Explorando as tradições culinárias do norte de Portugal e noroeste da Espanha, deparamo-nos com a dieta atlântica, que tem despertado interesse na área da saúde. Essa abordagem alimentar mostra potencial para melhorar a saúde do coração e reduzir o risco de doenças graves.
Um estudo publicado na revista Jama Network Open revelou que a dieta do Atlântico reduziu modestamente a incidência da síndrome metabólica. Como resultado, a longo prazo, os riscos de doença cardíaca coronária, diabetes, acidente vascular cerebral e outras condições graves de saúde tenderiam a diminuir.
Base da dieta do Atlântico
De acordo com a médica Lorena Balestra, pós-graduada em nutrologia e endocrinologia, a dieta do Atlântico é baseada em alimentos cultivados ou encontrados localmente, muito parecida com a dieta mediterrânea, que foi uma tendência no ano de 2023.
"Os benefícios dessa dieta também podem ser aplicados a outras culturas. Por ser à base de plantas, a alimentação é rica em fibras, vitaminas e minerais. Também inclui peixe fresco, batatas normalmente consumidas em sopas de vegetais, pão integral e consumo moderado de álcool", explica a especialista.
Benefícios da dieta do Atlântico
Assim como a dieta mediterrânea, com a maioria das calorias de cada refeição vindo de frutas, vegetais, grãos, sementes e azeite extravirgem, "esse tipo de dieta à base de vegetais e cereais ajuda a combater o diabetes e o ganho de peso", explica a médica. "Ainda, a carne vermelha é usada com muita moderação, geralmente apenas para dar sabor a pratos. Isso diminui os riscos de doenças cardiovasculares", acrescenta.
Outros estudos mostraram que consumir uma dieta atlântica pode reduzir a resistência à insulina, a pressão arterial sistólica, o colesterol total, o índice de massa corporal (IMC) e a circunferência da cintura. Uma pesquisa de 2021 descobriu que manter a dieta do Atlântico por três anos produziu um risco 14% menor de morte precoce por qualquer causa relacionada à alimentação ao longo de 10 anos em adultos com mais de 60 anos.
Diferenças positivas na alimentação
A especialista explica que na dieta do Atlântico são consumidas boas quantidades de peixes ricos em ácidos graxos como o ômega 3, enquanto ovos, laticínios, porco e aves são consumidos em porções muito menores do que na dieta ocidental tradicional.
"A dieta atlântica se concentra em comida caseira, com ênfase nas interações sociais entre amigos e familiares. Alimentação consciente e com socialização, preparada em família, com ingredientes frescos. Eles [os adeptos à dieta] também praticam exercícios como caminhada e ciclismo durante o dia", destaca a profissional.
Essa atenção aos alimentos, desligando a televisão e celulares, concentrando-se no momento em família, mastigando lentamente, fazendo pausas entre as mordidas, ajuda a controlar melhor as porções. Isso faz com que as pessoas não comam além do necessário.
Por Lorena Balestra
Médica pós-graduada em nutrologia e endocrinologia. Em 2013, fez um workshop de biologia molecular na Michigan State University, em Michigan. Pesquisadora no CPAH - Centro de Pesquisa e Análises Heráclito.