Coronavírus: 5 coisas que você precisa saber
Não há necessidade de evitar comida chinesa ou manter seus animais de estimação à distância; conheça cinco verdades sobre mitos em torno de surto que já afetou dezenas de milhares de pessoas em 26 países.
Em meio ao surto do novo coronavírus, que já infectou mais 24 mil pessoas em 26 países, diversos mitos e informações falsas estão sendo propagados junto com ele.
Aqui seguem alguns fatos que esclarecem alguns deles.
Máscaras faciais não são tão úteis
Tornou-se comum ver pessoas usando estas máscaras pelas ruas e aeroportos ao redor do mundo — a ideia é que ela protegeria o usuário e ajudaria a evitar a transmissão do vírus para outras pessoas —, mas há poucas evidências de que elas funcionem.
Isso ocorre porque geralmente são muito folgadas, não cobrem os olhos e não podem ser usadas por longos períodos. As máscaras precisam ser trocadas com frequência, porque ficam suadas, para oferecer alguma proteção real.
Para evitar a transmissão, é mais importante cobrir a boca e o nariz quando tosse ou espirra, com um lenço de papel ou com o braço, colocar o papel usado diretamente em lixeiras fechadas, lavar as mãos frequentemente com sabão ou desinfetante e manter uma distância de pelo menos um metro de pessoas que tossem e espirram.
Mas não adianta fazer gargarejos com enxaguantes bucais ou enxaguar o nariz com solução salina. Nada disso ajudará a te proteger contra o novo vírus.
Você não pega o vírus de animais de estimação
Não há evidências de que seu cão ou gato possa estar infectado com o novo coronavírus. Mas isso não significa que você não deve lavar as mãos regularmente com água e sabão depois de tocá-los.
Mesmo os bichos de estimação mais fofinhos podem portar bactérias como E. coli e salmonela — e elas podem ser transmitidas entre estes animais e humanos.
Mesmo que você esteja preocupado com a possibilidade de o surto do novo coronavírus ter se originado em um mercado de animais vivos em Wuhan, na China, é importante saber que a fonte provavelmente foi uma espécie selvagem.
O vírus poderia passar despercebido entre animais antes de infectar seres humanos, que é como muitas epidemias deste tipo começam, como por exemplo, as de gripe aviária, ebola e Sars. Mas isso não significa que animais em geral são perigosos ou espalhadores.
O novo vírus é raramente letal
Embora qualquer pessoa de qualquer idade possa ser infectada e o número de casos esteja aumentando todos os dias na China, apenas uma pequena proporção de pessoas está morrendo por causa disso.
Os idosos e aqueles com outras condições de saúde, como asma, doenças cardíacas, câncer e diabetes, são os mais vulneráveis ao novo vírus.
A maioria das pessoas apresenta sintomas leves, como tosse e febre, e se recupera. No entanto, o vírus está deixando algumas pessoas gravemente doentes por pneumonia e problemas respiratórios, e matou um pequeno número dos pacientes contaminados na China.
Lembre-se de que a gripe comum que se dissemina todo inverno mata dezenas ou mesmo centenas de pessoas no Brasil a cada ano. E o risco de contrair o novo coronavírus é pequeno se comparado ao vírus da gripe.
Gotas microscópicas expelidas por meio da tosse são a maneira mais provável de propagação do novo vírus, portanto, colocar em quarentena ou isolar os que retornam de Wuhan reduzirá ainda mais esse risco.
Ainda é recomendável tomar uma vacina contra a gripe neste momento.
Não há cura
Não existem medicamentos ou vacinas específicos para o novo vírus, e os antibióticos também não funcionam, porque eles combatem bactérias. Existem opções de tratamento, mas a maioria das pessoas melhora por conta própria.
Os cientistas estão trabalhando para desenvolver uma vacina, mas ela terá que ser testada primeiro, e pode levar algum tempo até que esteja pronta.
É seguro comer comida chinesa
Não é necessário evitar comida chinesa ou parar de comprar produtos do país. Também é seguro receber encomendas e cartas da China, porque é improvável que o vírus sobreviva por muito tempo fora do corpo humano.
É preciso estar em contato próximo com uma pessoa infectada — até dois metros e por 15 minutos ou mais — para correr algum risco.