Coronavírus: é seguro ir ao mercado ou pedir comida em casa?
Como o vírus fica nas superfícies e não temos como evitar comprar comida, esse processo apresenta desafios.
As medidas de combate ao coronavírus levaram a população a ter mais cuidados na hora de fazer compras ou de pedir um delivery.
A seguir, veja os cuidados que devem ser tomados na hora de ir ao mercado, receber uma entrega ou comprar uma refeição para viagem.
O mercado
O coronavírus se propaga quando uma pessoa infectada tosse ou espirra, espalhando pequenas gotículas no ar. Eles podem causar uma infecção se forem inspirados ou se você tocar em uma superfície em que o vírus parou.
É por isso que ir às compras e se misturar com outras pessoas envolve um risco. Muitos estabelecimentos estão adotando o distanciamento social e estabelecendo regras para que os clientes e funcionários mantenham pelo menos 2 metros de distância entre eles.
Os supermercados podem ser o "cenário ideal" para a propagação do vírus, segundo a professora Sally Bloomfield, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
"Muitas pessoas estão tocando e repondo itens, etiquetas, cartões, botões de máquinas, bilhetes de estacionamento, recibos de papel etc. Além disso, há a proximidade de várias outras pessoas."
Três medidas para minimizar os riscos são:
Os produtos
Não há evidências de que a covid-19 seja transmitida por meio de alimentos, e o cozimento completo eliminará o vírus.
Bloomfield aponta, no entanto, que a embalagem dos alimentos é manipulada por outras pessoas, o que se torna uma das principais preocupações.
A recomendação do governo do Reino Unido para empresas de alimentos diz que "as embalagens de alimentos não representam um risco específico". Mas especialistas independentes têm conselhos adicionais.
Para produtos embalados, Bloomfield recomenda armazenar "por 72 horas antes de usá-las ou pulverize e limpe os recipientes de plástico ou vidro com alvejante (com cuidado para diluir conforme indicado na embalagem)".
"Para produtos frescos e sem embalagens, que podem ter sido manuseados por qualquer pessoa, lave bem em água corrente e deixe secar", acrescenta ela.
Entrega em casa
Se for possível, a opção de delivery é menos arriscada que uma ida ao supermercado, pois você evita os outros consumidores.
Nesse caso, o risco é a possível contaminação por meio da superfície de qualquer alimento ou embalagem ou do contato com o entregador.
A especialista em segurança alimentar Lisa Ackerley sugere deixar um recado na porta da sua casa pedindo ao motorista que toque a campainha e se afaste. Isso permite que você pegue sua comida com segurança, sem contato.
E as redes de voluntários que atuam para ajudar as pessoas vulneráveis e idosas?
Para eliminar qualquer medo de o vírus estar nas superfícies, James Gill, da Warwick Medical School, aconselha: "Limpar superfícies com alvejante doméstico diluído desativará o vírus em um minuto".
Alison Sinclair, especialista em virologia da Universidade de Sussex, acrescenta: "O risco de usar um serviço de entrega é similar ao de pedir a um amigo ou voluntário para buscar as compras para você".
Alguns especialistas também aconselham não reutilizar sacolas plásticas durante a pandemia.
Comida para viagem
É provável que cadeias de restaurantes e estabelecimentos sérios estejam preocupados com a preparação profissional e higiênica de alimentos, para que haja um risco mínimo quando pensamos em uma refeição para viagem preparada na hora.
O risco de contaminação da embalagem pode ser minimizado, segundo Bloomfield, "esvaziando o conteúdo em um prato limpo, descartando a embalagem em um saco de lixo e lavando bem as mãos antes de comer".
"Tire a comida do recipiente com uma colher e coma com faca e garfo, não com as mãos."
Pode ser melhor, nas circunstâncias atuais, pedir comida quente recém-cozida, em vez de itens frios ou crus. A Agência de Normas Alimentares do Reino Unido enfatiza que o risco relacionado aos alimentos é baixo e que "não há razão para evitar que os alimentos prontos sejam entregues se tiverem sido preparados e manuseados adequadamente".
Para quem está muito receoso e para os mais vulneráveis, pode haver um cuidado extra. "Com uma pizza, por exemplo, se você quer ficar realmente seguro, pode até colocá-la no microondas por alguns minutos", diz Bloomfield.