Corredor morre após fazer xixi preto; entenda quadro de rabdomiólise
Médico nefrologista explica como prática intensa de atividade física pode levar a essa grave condição
O corredor Dorgival Celerino, de 50 anos, morreu na última quarta-feira (24), depois de passar mal após uma corrida. O evento aconteceu em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Segundo informações médicas, o homem faleceu por complicações relacionada à rabdomiólise.
A síndrome acontece após treinos e práticas intensas de atividade física. Toda vez que o corpo se movimenta, o músculo "quebra” e essa quebra gera enzimas que são metabolizadas pelo fígado e pelo rim. A rabdomiólise acontece quando a lesão é tão grande e gera a substância em uma quantidade que o organismo não está preparado para absorver.
Ao Terra o Dr. Lucas Filogonio, médico nefrologista do Hospital Felício Rocho, explica que a diferença entre a dor muscular de um exercício físico comum e a de rabdomiólise é que a "primeira é tolerável e de baixa intensidade enquanto a segunda é incapacitante e geralmente acompanhada de dificuldade de movimentos do membro acometido".
As informações falam que Dorgival Celerino participou da corrida no domingo (20), não se sentiu bem e foi internado. Ele teria apresentado urina preta, outro sintoma da rabdomiólise. Isso acontece porque a urina "adquire a coloração escurecida graças à deposição de pigmentos heme no rim provindos da decomposição da mioglobina muscular. Estes pigmentos heme provocam obstrução e lesões nos túbulos renais causando a injúria renal aguda associada à rabdomiólise", esclarece Lucas Filogonio.
De acordo com o médico, para evitar o quadro, é importante manter-se hidratado, evitar a prática de atividades em situações de grande calor ou umidade e também evitar exercícios desproporcionais para a capacidade física da pessoa.
No ano de 2023, outro caso de rabdomiólise também chamou atenção da mídia, quando uma jovem de 25 anos foi parar na UTI após uma aula de spinning.
Segundo o médico especialista em rins, essas duas mortes causaram comoção pela divulgação, mas normalmente há bastantes casos de rabdomiólise diariamente nos hospitais brasileiros, geralmente causados por traumas, medicações e exercícios físicos intensos.