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Covid-19: especialistas defendem início rápido da vacinação em crianças a partir de 6 meses

Aplicação em nova faixa etária foi aprovada pela Anvisa, mas Ministério da Saúde não divulgou calendário de aplicação ou compra de novos lotes até o momento

17 set 2022 - 13h55
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Especialistas ouvidos pelo Estadão destacaram que o Ministério da Saúde deve elaborar um calendário de vacinação contra a covid-19 para as crianças de 6 meses a 4 anos de forma "efetiva" e "rápida". A aplicação da vacina Comirnaty, da Pfizer, para a faixa etária foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na sexta-feira, 16.

Procurado pelo Estadão, o ministério não se manifestou até o momento sobre um calendário voltado à faixa etária e a compra de novos lotes da vacina. Já a Pfizer, em nota, apontou que a vacinação de bebês e crianças pequenas será um "marco no combate da doença no País".

Para Raquel Stucchi, infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o planejamento da campanha de vacinação para as crianças pequenas precisa ser estratégico, eficiente e ágil.

"As nossas salas de vacinas estão acostumadas a administrar vacinas nessa faixa etária. Temos capacidade técnica para fazer essa vacinação. O que precisamos é garantir que teremos a quantidade suficiente de vacinas para vacinar as nossas crianças", afirmou a especialista.

O pediatra e infectologista Renato Kfouri avalia que os casos de internações e mortes de crianças e bebês pelo coronavírus ao longo da pandemia demonstram a importância da vacinação. Em junho, por exemplo, a um estudo da Fiocruz identificou que duas crianças de até 5 anos eram vítimas da doença por dia no País.

"São óbitos que poderiam ser evitados a partir da vacinação. Os estudos foram feitos e mostraram que a vacina é segura. Então, sem dúvidas, é importante que esse público agora seja contemplado", explicou.

O médico avalia que o processo de aprovação pela Anvisa ocorreu seguindo o protocolo padrão, que segue uma triagem de estudos clínicos e avaliação de dados para constatação da eficácia.

Na avaliação, a agência considerou a análise de estudos clínicos e dados de entidades médicas como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Em relação aos bebês de menos de 6 meses, a aplicação ainda é incerta. Para Kfouri, o caminho, provavelmente, será ampliar a vacinação de gestantes no estágio final de gravidez. "Estudos têm indicado que é mais eficiente vacinar essas mães como forma de evitar risco aos bebês", complementou.

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  • Estadão
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