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Covid-19: Governo do Rio cogita barrar a entrada de turistas

A decisão de adotar ou não a medida deve ser debatida ao longo desta semana, segundo o secretário estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves

10 mar 2021 - 17h41
(atualizado às 17h45)
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RIO - O governo do Estado do Rio cogita barrar a entrada de turistas em seu território para evitar a disseminação da covid-19. A decisão de adotar ou não a medida deve ser debatida ao longo desta semana, segundo o secretário estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves, que concedeu entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 10.

"Opinião minha: eu vejo as praias cheias de turistas... é hora de turismo aqui? É hora de samba na praia? Eu acho que não", questionou Chaves.

Movimentação na praia de Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro no domingo de Carnaval
Movimentação na praia de Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro no domingo de Carnaval
Foto: Bruno Martins / Futura Press

"Nós estamos conversando essa semana com o governo do Estado, porque o mapa epidemiológico vai ser lançado na (próxima) sexta-feira à noite, então vamos conversar sobre isso durante a semana, avaliando todas as estatísticas, para conversarmos entre nós e levarmos ao governador a nossa opinião", afirmou.

"Não é uma ideia minha, nós estamos observando. Nós estudamos tudo. Eu não sou o dono da verdade, há vários posicionamentos a serem dados, uns mais drásticos, outros mais leves, mas tudo será colocado tecnicamente", completou o secretário.

Chaves afirmou que não pretende reabrir os hospitais de campanha, mas anunciou a abertura de 83 leitos de UTI e 10 de enfermaria para pacientes de Covid-19 em hospitais de Niterói, Maricá e Volta Redonda, para tentar atender a demanda.

"Essa semana, acompanhando a taxa de ocupação e tempo de permanência dos leitos no Estado, notamos que a lotação foi acima dos 70%, diferente da semana passada, quando ficou em torno de 60%, oscilando. Não vamos deixar chegar a 90%, que é correria, então, fomos atrás de leitos", afirmou o secretário.

São 40 novos leitos de UTI no Hospital Municipal Ernesto Che Guevara, em Maricá, 10 leitos de UTI e 10 de enfermaria no Hospital Oceânico, em Niterói, e 33 de UTI no Hospital Zilda Arns, em Volta Redonda. As vagas nas duas primeiras unidades de saúde já foram abertas. No Zilda Arns, 19 leitos clínicos serão adaptados para terapia intensiva e 14 novos serão ativados progressivamente. Esses devem estar funcionando plenamente em dez dias.

Para os técnicos da secretaria estadual de Saúde, o aumento de casos registrado nos últimos dias é reflexo das aglomerações ocorridas durante o carnaval. Mas o secretário Chaves afirmou que cada município tem autonomia para decidir suas regras conta a pandemia, e cabe ao governo estadual fazer propostas e negociar.

"Pela própria lei, os municípios decidem o que vão fazer: podem fechar fronteira, fazer lockdown, o que eles quiserem. Nós temos que fazer uma coisa abalizada. Nós estamos conversando direto, com todos os 92 municípios, sobre todos os problemas de cada um deles. Mas o que não podemos é entrar com uma decisão pesada dentro do município. Isso é uma decisão do governo. Nós somos assessoria técnica", afirmou.

Chaves reclamou da decisão do Ministério da Saúde de transferir 58 pacientes de covid-19 de Manaus para o Rio de Janeiro - as vagas foram criadas no Hospital Federal do Andaraí e no Instituto Nacional de Infectologia da Fundação Oswaldo Cruz (INI-Fiocruz). Ele afirmou que, conforme essas vagas forem liberadas, ele vai usá-las para acomodar pacientes do Estado do Rio.

"Todos os leitos que botaram goela abaixo aqui, mandaram para cá, de Manaus, eu vou pegar de volta. Todos os leitos que botaram para cá. Não tinha para a gente, para o Estado, e de repente aparecem leitos? Isso não pode acontecer", afirmou o secretário.

Estadão
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