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Cresce em até 40% procura por testes de covid-19 em São Paulo

Sendo particular, a realização do RT-PCR não necessita de pedido médico; somente quando o exame é realizado pelo convênio, a solicitação deve ser apresentada

8 mar 2021 - 15h11
(atualizado às 17h55)
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SÃO PAULO - Diante do surgimento de novas variantes e aumento de casos de covid-19, laboratórios e hospitais de São Paulo registram alta na realização do teste RT-PCR, principalmente nas últimas semanas. A Prevent Senior, por exemplo, registrou alta de 40% na última semana em relação às duas anteriores. Outros exames para detectar a infecção pelo novo coronavírus, como o de sorologia, também têm sido procurados pela população.

"Entre a semana de 12 a 18 de fevereiro foram feitos 1.859 testes. De 19 até 25 de fevereiro, 2.145 e entre 26 de fevereiro e 4 de março, 2.622 exames RT-PCR", acrescenta a operadora de saúde voltada ao público da terceira idade.

Desde fevereiro do ano passado até o presente momento, o Grupo Fleury já realizou mais de 2,2 milhões de exames para covid-19, sendo 1,1 milhão de RT-PCR e 1,1 milhão de sorologias. "Somente no quarto trimestre do ano passado foram realizados mais de 750 mil exames", afirmou a instituição.

"Chegamos a fazer diariamente seis mil exames entre junho e julho do ano passado. Depois, registramos queda. Em novembro, voltaram a subir. E agora estamos registrando mais de 5 mil testes novamente", afirma Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury.

Considerado o padrão-ouro no diagnóstico da doença, o teste molecular feito pelo método RT-PCR (transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase, em português) permite saber se o paciente está infectado pelo vírus no momento em que o exame é realizado. Os testes para a pesquisa do vírus são os que identificam a infecção por meio da detecção do material genético do vírus. Para a realização deste exame, o material é coletado da garganta (orofaringe) e do nariz (nasofaringe) com uma haste flexível.

É recomendado para todos os indivíduos com sintomas, podendo detectar a presença do vírus do terceiro ao sétimo dia do início dos sintomas, preferencialmente. É indicado ainda para pacientes com sintomas graves há mais de 24 horas. Também pode ser feito por pessoas assintomáticas que tiveram contato com indivíduos contaminados ou com suspeita da doença.

"É importante fazer o exame, desde que a pessoa tenha sintomas. Certamente, todos os testes têm uma sensibilidade maior quando a pessoa apresenta sintomas. Agora, é possível detectar o vírus desde o dia aproximadamente antes de a pessoa apresentar os sintomas e a quantidade máxima ser atingida entre o terceiro o sétimo dia desde o início dos sintomas", orienta Granato.

"Se tem sintomas deve logo fazer o teste. Agora se não apresenta, mas teve contato com pessoa infectada, deve-se esperar também entre o terceiro e sétimo dia após o contato para evitar resultado falso negativo", alerta.

No caso de crianças, embora muitos laboratórios façam o RT-PCR a partir de 2 anos, o diretor clínico do Grupo Fleury acredita que a coleta somente é feita com mais tranquilidade a partir dos 4. "Em crianças entre 1 ano e meio e quatro, temos colhido por aspiração, pois ela não sabe cuspir e teste com hastes flexíveis é muito invasivo. A partir de 4 anos, fazemos a coleta pelo cuspe da criança. O ideal é ter volume adequado para fazer a análise do material. Coleta pela saliva, sem traumatizar a criança", explica o infectologista.

Diferentemente do RT-PCR, o exame pelo método de Sorologia (IgM/IgG) é realizado por meio de amostra de sangue simples e verifica a resposta imunológica do corpo em relação ao vírus a partir da detecção de anticorpos em pessoas que foram expostas ao Sars-CoV-2.

"Não consideramos a sorologia como teste diagnóstico, em princípio, porque geralmente é feita entre 15 e 30 dias depois que a pessoa teve a infecção. Então, somente começa a ter sensibilidade suficiente a partir de 15 dias após a infecção. É bom para documentar pessoa que teve infecção, mas que não conseguiu fazer o PCR", explica Granato. Ou seja, a produção de anticorpos no organismo só ocorre depois de um período mínimo após a exposição ao vírus. Realizar o teste de sorologia fora do período indicado pode impactar em um resultado falso negativo.

Atualmente, a agilidade da entrega dos resultados também é favorável. "Temos alguns testes rápidos que ficam prontos em até 4 horas, mas eventualmente, dependendo da demanda, pode ficar pronto em até 1 hora", afirma o diretor clínico do Grupo Fleury. Neste caso, é uma variação do teste PCR, chamado Lamp. "É uma técnica de identificação do material genético do vírus. Tem sensibilidade de 100% nas pessoas que tiveram sintomas, sendo recomendado para ser feito no mesmo período indicado para o PCR", disse.

Nas unidade do Fleury, em São Paulo, o teste Molecular Rápido (Lamp), em que a amostra é coletada por secreção respiratória (nariz), o valor é de R$ 500. Já os testes PCR Secreção Respiratória e PCR Saliva, assim como o exame de sorologia, saem por R$ 420. O paciente deve ainda entrar em contato para verificar a necessidade de agendamento e possibilidade de coleta domiciliar.

Grupo brasileiro dono de 40 redes de laboratórios de medicina diagnóstica, entre eles Alta Excelência Diagnóstico, Lavoisier, Delboni e Salomão Zoppi, a Dasa afirma que as curvas de aumento pela procura de exames acompanham o aumento no número de casos.

"As pessoas começam a ter mais sintomas e os testes são utilizados para confirmar a presença do vírus", diz Gustavo Campana, diretor médico da instituição.

Segundo dados sobre a realização do teste RT-PCR, houve aumento nas últimas duas semanas, entre 19 e 25 de fevereiro e entre 26 de fevereiro e 4 de março) de 13% em São Paulo e de 18% no Brasil. Já os exames de sorologia, no mesmo período, tiveram a alta de 6% em SP e de 17% no País.

A Dasa disponibiliza o exame de RT-PCR a partir de R$ 270, sem a necessidade de pedido médico para a realização. Somente quando o exame é realizado pelo convênio, o pedido deve ser apresentado por ser uma é uma exigência da operadora.

Nos últimos 15 dias, o Grupo Leforte também registrou aumento de 26% na realização de exames para diagnóstico da doença em suas unidades hospitalares, ambulatoriais e avançadas, na comparação com o total dos 15 dias anteriores.

"Esse aumento foi registrado tanto no caso de internação quando nos atendimentos do Pronto Socorro, onde a instituição vem oferecendo também testes de antígeno para diagnóstico rápido para o novo coronavírus", disse, em nota, sem detalhar os números de testes realizados.

Segundo o Leforte, o teste Panbio Covid-19, que detecta a proteína do vírus Sars-CoV-2, é recomendado para pacientes com suspeita de infecção ativa pelo novo coronavírus (com ou sem sintomas). O valor cobrado é de R$ 110, sendo o resultado entregue no fim do exame (cerca de 20 minutos). A instituição também realiza o teste RT-PCR, por R$ 220, e o exame de Sorologia, por R$ 280,00, com resultados disponíveis em até três dias.

Presencialmente, drive-thru ou domiciliar?

A maioria dos testes pode ser realizada presencialmente na unidade, por drive-thru (sem sair do carro) também na rede médica e em casa. Granato, no entanto, avalia que o sistema de drive-thru é o mais indicado. "Fico preocupado de a pessoa fazer exame em ambiente fechado, já que pode contaminar o ambiente, ao trazer risco também para quem realiza o exame. Em drive-thru a ventilação é maior e traz mais segurança a todos."

Novas variantes

"Hoje, os testes realizados não dizem exatamente o que se está detectando, mas já indica algo diferente. Desta forma, precisamos adaptar um outro tipo de PCR que continue com mesma sensibilidade, dizendo que a pessoa é positiva ou não, e dizendo também se tem variante ou não. Mas ainda continuamos dependentes de insumos que são importados. É preciso buscar alternativa para tornar preço acessível. Neste caso, não só dizer se a pessoa é positiva ou não", adianta o diretor clínico do Grupo Fleury.

Sobre a prevalência da nova variante brasileira, a P1, o diretor médico da Dasa afirma que é a mais predominante em circulação no País. "Vários estudos demonstram que essa variante tem um perfil de maior transmissibilidade e que pode continuar aumentando o número de casos positivos no Brasil. As consequências com o aumento no número de casos é o aumento da demanda por serviços de saúde, sobretudo leitos de hospital e UTI, gerando um risco para a infraestrutura de saúde", alerta Campana.

Diante do avanço da doença, as medidas de prevenção devem ser mantidas pela população. Mesmo para quem já tomou a primeira e segunda dose da covid-19, o uso de máscara, a higienização correta das mãos e o distanciamento social são ações que devem ser respeitadas até que uma parcela significativa da população seja imunizada contra o novo coronavírus.

Estadão
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