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Crianças brasileiras estão ficando mais obesas e mais altas

Pesquisadores da Fiocruz e da UFMG analisaram dados de mais de cinco milhões de pessoas

2 abr 2024 - 14h42
(atualizado às 15h58)
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Problema de obesidade infantil. Garoto gordo em uma consulta médica
Problema de obesidade infantil. Garoto gordo em uma consulta médica
Foto: ELENA BESSONOVA/iStock

As crianças brasileiras estão ficando mais altas e obesas. É o que mostra o estudo conduzido por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a University College London.

De acordo com os dados, entre 2001 e 2014 foi registrado um aumento de 1 cm na trajetória de altura infantil. As prevalências de excesso de peso e obesidade também apresentaram um aumento significativo entre os dados analisados.

Conforme a Fiocruz, o estudo é o primeiro a analisar o peso e a altura de crianças em uma trajetória de tempo e com um grupo tão extenso. Os resultados, segundo a instituição, serão importantes para a tomada de decisão nas ações do poder público na atenção à infância.

A pesquisa, publicada na revista The Lancet Regional Health - America, baseou-se na observação das medidas de mais de cinco milhões de crianças brasileiras. Segundo os pesquisadores, tais resultados indicam que o Brasil, assim como os demais países em todo o mundo, está longe de atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de deter o aumento da prevalência da obesidade até 2030.

Dados constatados na pesquisa 

Estudo analisou mais de 5 milhões de crianças brasileiras
Estudo analisou mais de 5 milhões de crianças brasileiras
Foto: Canva / Perfil Brasil

O estudo analisou dados de 5.750.214 crianças, de 3 a 10 anos, que constam em três sistemas administrativos: o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (Sinasc) e o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan). Isso possibilitou uma análise longitudinal, ou seja, ao longo da vida de cada uma das crianças, por meio de informações coletadas ao longo dos anos.

As crianças foram separadas em dois grupos: os nascidos entre 2001 e 2007, e os nascidos entre 2008 e 2014. Ainda foram levadas em conta as diferenças entre os sexos declarados. Ou seja, foi estimada uma trajetória média de IMC (Índice de Massa Corporal) e altura para meninas, e outra para meninos.

Na comparação entre os dois grupos, dos nascidos até 2007 e dos nascidos até 2014, considerados aqueles com idades de 5 a 10 anos, a prevalência de excesso de peso aumentou 3,2% entre os meninos e 2,7% entre as meninas.

No caso da obesidade, a prevalência entre os meninos passou de 11,1% no primeiro grupo (nascidos até 2007) para 13,8% no segundo grupo (nascidos até 2014) , o que significa aumento de 2,7%. Entre as meninas, a taxa passou de 9,1% para 11,2%, aumento de 2,1%.

Na faixa etária de 3 e 4 anos, o aumento foi menor na comparação entre os dois grupos. Quanto ao excesso de peso, houve alta de 0,9% entre os meninos e de 0,8% entre as meninas. Em termos de obesidade, a prevalência passou de 4% para 4,5% entre os meninos e de 3,6% para 3,9% entre as meninas. Sendo assim, houve crescimento de 0,5% e 0,3%, respectivamente.

O estudo constatou ainda o aumento na trajetória média de altura do grupo de nascidos entre 2008 e 2014 de aproximadamente 1 centímetro em ambos os sexos.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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