De quantas horas de sono você precisa? Saiba por que esse tempo varia para cada pessoa
Estudo inglês publicado esta semana aponta riscos à saúde para quem tem mais de 50 anos e dorme menos de 5 horas por noite
THE WASHINGTON POST - Você tem mais de 50 anos e está dormindo por cinco horas ou menos em uma noite? Isso pode ser um problema para sua saúde a longo prazo, alerta um estudo publicado esta semana. Pesquisadores europeus descobriram que dormir por cinco horas ou menos pode aumentar o risco de desenvolver várias enfermidades crônicas, como doenças cardíacas, depressão, câncer ou diabete.
O estudo, que passou pelo processo de revisão por pares, analisou quase 8 mil funcionários públicos britânicos durante um período médio de 25 anos, com idades de 50, 60 e 70 anos, e encontrou evidências de que a "curta duração do sono está associada ao aparecimento de doenças crônicas e multimorbidade", ou seja, duas ou mais doenças crônicas ao mesmo tempo.
A pesquisa foi publicada nesta terça-feira, 18, na revista PLOS Medicine, por equipes de pesquisa da University College London e da Université Paris Cité. Ele sugere que, aos 50 anos, aqueles que dormiam cinco horas ou menos tinham 30% mais chances de serem diagnosticados com doenças crônicas ao longo do tempo, em comparação com os que dormiam sete horas, disse ao The Washington Post a principal autora da pesquisa, a epidemiologista e pesquisadora em saúde pública Séverine Sabia.
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A importância do dormir
O sono auxilia nos processos cognitivos, como consolidar a memória, resolver problemas e remover toxinas que podem levar à doença de Alzheimer ou demência.
As necessidades de sono também variam com a idade, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Bebês com menos de um ano podem precisar de até 16 horas de sono por dia, enquanto adolescentes precisam de até 10 horas e adultos e idosos precisam de 7 ou mais horas por noite.
A autora do estudo, Séverine Sabia, aconselhou que uma boa higiene do sono pode promover uma noite mais bem dormida. Esses hábitos podem incluir garantir que seu quarto esteja silencioso, escuro e com temperatura confortável, remover dispositivos eletrônicos e evitar refeições pesadas próximo à hora de ir para a cama. "Atividade física e exposição à luz durante o dia também podem promover um bom sono", acrescentou.
Para os insones e aqueles com dificuldade de cochilar, Stanley sugere não "complicar demais" as coisas. Os humanos têm se colocado para dormir por "milhões de anos — nunca precisamos de loções, poções ou livros de autoajuda para adormecer", brinca. De forma geral, as pessoas só precisam de uma sala silenciosa e uma "mente tranquila" para dormir bem, acrescentou.
O autor e professor de neurociência circadiana Russell Foster concorda que o sono é "extremamente importante" e estimula aqueles que se preocupam com o número de horas que estão dormindo a aceitar que há "variação individual" nos hábitos e na duração do sono.
O mais crucial é, na verdade, o quão bem nos comportamos quando estamos acordados, disse ele. Se formos capazes de funcionar, resolver problemas e refletir sobre nós mesmos, provavelmente estaremos dormindo o suficiente, pontuou Foster.
Sinais de sono insuficiente
Se você precisa definir vários alarmes, se sente cansado, irritável ou impulsivo, deseja poder cochilar ou ingerir cafeína ou nota comportamentos alterados, eles são indicadores comuns de que as suas horas de sono estão deixando a desejar.
Embora uma "quantidade de sono perfeita" possa existir, é provável que ela seja baseada no indivíduo, acrescentou ele, além de "variar e mudar à medida que envelhecemos".