Decisão de suspender vacina foi técnica, diz Anvisa
De acordo com o protocolo da agência, regra prevê determinar a paralisação imediata em casos de evento adverso grave
O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou nesta terça-feira, 10, que a decisão de suspender os testes da vacina Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, foi técnica. Segundo ele, as informações sobre um "evento adverso grave" com um dos pacientes enviadas pelo instituto eram incompletas e, de acordo com o protocolo da agência, a regra prevê determinar a paralisação imediata nestes casos.
"As informações foram consideradas incompletas, insuficientes para que continuasse permitindo o procedimento vacinal", disse Barra Torres."Quando temos eventos adversos nao esperados, a sequência de eventos é uma só: interrupção dos estudos. A responsabilidade é nossa, de atestar a segurança de uma vacina e sua eficácia. Que outra decisão é possível diante de um evento adverso grave não esperado e com informações incompletas? O protocolo manda que seja feita a interrupção do teste", afirmou o diretor, que é almirante e assumiu o cargo por indicação do presidente Jair Bolsonaro. Ele é próximo do presidente e inclusive já participou de manifestação em Brasília a favor do governo durante a pandemia da covid-19.
A Secretaria de Estado da Saúde considera que suicídio foi a causa provável da morte do voluntário da vacina Coronavac, de acordo com as informações disponíveis até o momento, conforme o Estadão apurou com fontes da pasta. A informação foi confirmada também por outras pessoas familiarizadas com o caso. De acordo com o governo do Estado, é "impossível" que o fato esteja relacionado com a vacina.
Barra Torres rebateu qualquer suspeita sobre interferência política na decisão de suspender os testes."Decisão é técnica. Não depende de aval de diretores", afirmou.