Dia Mundial da Obesidade: condição está associada a diversos tipos de câncer
Estudo de Harvard mostrou que pelo menos 4,6% do total dos casos de câncer terão alguma relação com o excesso de peso e a obesidade
Hoje é o Dia Mundial da Obesidade (04/03), data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de disseminar conhecimentos sobre a doença. Segundo a entidade, 40% dos casos de câncer poderiam ser evitados apenas com o combate aos fatores de risco. Entre eles, estão o excesso de peso, o sedentarismo e a má alimentação.
Relação entre obesidade e câncer
A relação da obesidade com o desenvolvimento de câncer parece ser ainda mais próxima. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os números da doença tendem a crescer nos próximos anos. Esse fator vem ainda acompanhado de uma perspectiva ligada ao ganho de peso da população.
Ao todo, cerca de 13 tipos de câncer já possuem alguma relação com a obesidade. Entre os mais comuns estão os de fígado, mama, tireóide, ovário, rim, pâncreas e estômago.
E essa é uma realidade que tende a evoluir de forma negativa. Um estudo de 2018 da Universidade de Harvard (EUA) mostrou que, até 2025, serão 29 mil novos casos de câncer causados pelo excesso de peso. Isto é, 4,6% do total.
"A obesidade é a segunda maior causa evitável da doença, perdendo apenas para o tabagismo. No entanto, por conta da diminuição do número de fumantes, espera-se que nos próximos anos ela seja a condição prevenível mais comum", diz o médico oncologista Dr. Daniel Gimenes, da Oncoclínicas.
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer analisou, em 2016, evidências comprovando que a ausência de gordura corporal excessiva reduz o risco de câncer. Contudo, a OMS estima que 20% de todos os cânceres possuem alguma relação com a obesidade.
Além do câncer, vale lembrar que é possível evitar problemas como diabetes, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e doenças cardiovasculares a partir de medidas simples para controle do excesso de peso, acrescenta o especialista.
Prevenção
Segundo o especialista, é necessário o desenvolvimento de políticas públicas com foco em orientar a sociedade sobre hábitos alimentares pouco saudáveis, como ingestão de gorduras, açúcares e produtos industrializados em excesso.
"Fast Food, salgadinhos de pacote, embutidos, sucos de caixinha, refrigerantes e ultraprocessados em geral são os responsáveis pelo aumento da incidência de sobrepeso e obesidade entre a população nos mais diversos países, inclusive o nosso. Estes fatores elevam os riscos de incidência de câncer e, portanto, devemos evitá-los diretamente em todas as fases da vida", explica.
O médico reforça ainda que manter uma alimentação equilibrada é a chave para a diminuição da progressão dos casos de câncer.
"A dieta saudável é aquela que o indivíduo tem a orientação de um nutricionista ou nutrólogo e que tenha um cardápio composto de alimentos integrais, frutas, verduras, proteínas de carne branca. Além disso, limita o consumo de carne vermelha, carnes defumadas e processadas, bem como a ingestão de bebidas açucaradas e alcoólicas em geral", finaliza o Dr. Daniel Gimenes.