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Dietas podem causar transtornos alimentares e psicológicos

Cerca de 95% das pessoas que fazem dieta fracassam, aponta estudo

12 ago 2014 - 12h35
(atualizado às 13h05)
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Foto: Getty Images

Uma alimentação que dê prazer e não tenha preocupações excessivas com dietas é a receita de bem-estar da nutricionista e pesquisadora Sophie Deram, que se mostra incisiva: "dietas restritivas podem causar transtornos alimentares em mulheres, além do 'efeito sanfona'", informou à Agência Efe.

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"A dieta muito restritiva oferece um risco maior de desenvolver transtornos alimentares. Um estudo avaliou que a restrição aumenta esse risco em 18 vezes. E nem todo mundo reage da mesma maneira, tem gente que desenvolve bulimia, compulsão ou até anorexia", explicou a nutricionista.

"O transtorno alimentar é uma adaptação do perfil genético. Já foi mostrado que há um gene com uma variação que, quando você faz a dieta uma vez, já provoca um risco muito alto de ter bulimia. O estresse gerado com a dieta afeta o cérebro e pode desregular o organismo", destacou.

Sophie aponta que, quanto mais cedo se começa uma dieta, o risco é ainda "mais forte" porque o corpo está em processo de crescimento.

A nutricionista critica também o uso de medicamentos e shakes de emagrecimento porque "desregulam o equilíbrio (do organismo) e causam o 'efeito sanfona'".

"A pessoa fica num círculo vicioso. Emagrece, engorda de novo e acha que fracassou. A pessoa fica numa prisão", afirmou.

Esse processo de proibição de alguns alimentos em dietas é classificado como 'terrorismo nutricional', resultado de uma série de regras alimentares para cumprir. Em geral, as pessoas não conseguem mantê-las por muito tempo.

"Cerca de 95% das pessoas que fazem dieta fracassam. As restrições funcionam no começo, mas não a longo prazo. As pessoas voltam ao peso inicial e até ganham mais quilos", disse a nutricionista, que é contra dietas que "fazem passar fome".

Para ela, a restrição de forma brutal não é saudável e interfere nas sensações controladas pelo cérebro. Assim, as pessoas têm ganho de apetite sem "distinguir entre o que é fome e o que é ansiedade", exemplifica.

"Como tratamento, é preciso convencer o paciente a voltar a sentir fome até a saciedade. As pessoas geralmente não escutam e não sabem mais o que é fome, ansiedade, cansaço, felicidade. Tudo vai ser um motivo para comer. Temos que fazer a pessoa voltar a conversar com o próprio corpo em vez de obrigá-la a ir até onde não quer", destacou.

Sophie ressalta que é importante evitar a frustração de conviver com ingredientes proibidos.

"O primeiro passo para o controle do peso de forma consciente é avaliar como está a saúde, entender o porquê você engordou", indica.

Sophie também ressalta que é possível emagrecer comendo seus alimentos preferidos.

"O peso funciona como uma consequência de um comportamento geral. Focar em um alimento só é um erro. Dá para comer chocolate de maneira moderada até atingir a saciedade e não engordar".

EFE   
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