Teresa Mayhew, funcionária de um restaurante do McDonald’s, chegou a pesar mais de 120 quilos devido à alimentação baseada em hambúrgueres e batata frita. Depois do café da manhã e almoço na rede de fast food, ela ainda finalizava o dia com pizza ou kebab no jantar. Segundo o jornal Daily Mail, a dieta supercalórica fez com que a britânica dobrasse seu peso em apenas dois anos e chegasse a vestir o número 26, proporcional ao 56 brasileiro. Foi só após uma reeducação alimentar que ela conseguiu eliminar 50 quilos.
"Estava amando a comida que vendemos no McDonald's e continuava comendo e comendo. Somos autorizados a comer de graça. Então, eu comia nas pausas e quando voltava para casa comia ainda mais pizza, salgadinho, kebabs. Eu não conseguia ver que estava satisfeita e simplesmente continuava", contou ela. Teresa passou dois anos sem se pesar, quando tomou coragem descobriu que já estava com mais de 120 kg. Segundo ela, até então, o excesso de peso não a incomodava, mas percebeu que estava gerando um grande risco para a saúde. "Eu senti que meu futuro estava indo pelo ralo", afirmou.
Teresa também passou a ficar deprimida por não conseguir usar a maioria das roupas que via na rua. "Eu ia às compras, via roupas legais, mas nunca serviam em mim. Então eu vestia as mesmas peças sempre", disse. Foi aí que ela passou a integrar o clube de emagrecimento Vigilantes do Peso.
Em sua dieta, menos hambúrguer e, ao invés de comer sanduíches gordurosos no almoço, Teresa passou a optar por saladas. Em casa, ela começou a preparar refeições saudáveis, mesmo enquanto a família continuava a pedir delivery e comer batata frita. E agora, quase dois anos depois, Teresa chegou ao seu objetivo: pesar 70 kg. Embora ela ainda afirme que gostaria de emagrecer mais um pouquinho, se diz satisfeita com as roupas 42.
"É incrível, eu simplesmente não acredito que consegui. No trabalho, quando encontro pessoas que não vejo há algum tempo, elas dizem: ‘você mudou tanto, como fez isso?’". A conquista foi comemorada com uma viagem com amigos para o México, as primeiras férias em oito anos. "Eu achava que as pessoas iam olhar para mim e me dar nomes por causa do meu tamanho. Mas sempre quis nadar com golfinhos, o que fiz no México. Foi simplesmente maravilhoso", revelou.
Em seu novo livro, Robert Lusting, professor de clínica pediátrica da Universidade da Califórnia, traz uma nova teoria científica. Para ele, o impulso de comer demais e a vontade de ficar sem fazer nada não é um sinal de fraqueza e sim um problema hormonal, desencadeado pelo excesso de consumo de açúcar. Este hormônio chamado o hormônio leptina funciona como um termostato de apetite. Enquanto ele age diminuindo a fome a grelina é o hormônio que aumenta o apetite. Quando a pessoa comeu o suficiente suas células de gordura liberam leptina, que informa ao cérebro que já é hora de parar de comer. E segundo Robert, é justamente este o processo afetado pelo doce
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Por muitos anos, os cientistas acreditavam que a obesidade pode ser causada por uma falta de leptina, sem os níveis adequados do hormônio as pessoas com excesso de peso simplesmente nunca recebiam a mensagem de que já estavam cheios. No entanto, estudos mais recentes mostraram que pessoas obesas têm leptina em abundância (aliás, quanto mais gordo, mais você parece possuir), mas parecem ser mais propensas a ter resistência a esse hormônio. Isso significa que as células no cérebro que deveriam registrar a leptina não conseguem ler os sinais de que o corpo está satisfeito, assumindo que a pessoa está com fome não importa o quanto já tenha comido. Com isso, o cérebro orienta o organismo a armazenar mais energia aumentando o desejo por alimentos gordurosos e ricos em açúcar. O cansaço e falta de vontade de se levantar do sofá para qualquer coisa também são formas de armazenamento
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Cientistas vem lutando para descobrir o que causa a resistência à leptina. E, de acordo com as pesquisas de Robert, o excesso de açúcar na dieta é o culpado. Segundo ele, para limpar o açúcar do sangue e armazenar gordura o corpo produz picos hormonais, que quando ocorrem com muita frequência podem levar a uma resistência à insulina. Robert acredita que essa condição pode levar em seguida à resistência à leptina. Segundo ele, a redução dos níveis de insulina é possível melhorar a capacidade do cérebro de ler insulina, brecando os impulsos por consumo excessivo de alimentos ajudando na perda de peso. Durante suas pesquisas muitos pacientes tomaram medicamentos de redução de insulina, porém os resultados alcançados foram semelhantes aos alcançados pelas pessoas que fizeram algumas pequenas mudanças de estilo de vida, como uma notável diminuição do consumo de açúcar
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Os doces e alimentos processados, muitos disfarçados sob etiquetas que apontam para baixo teor calórico, possuem qualidades viciantes, especialmente àqueles com resistência à leptina. Quando comemos a dopamina é liberada criando uma sensação de prazer, explica Robert. Em seguida, a leptina passa a ser liberada para suprimir a dopamina, fazendo com que o alimento se torne menos gosto para que paremos de comer. No entanto, esse processo pode apresentar falhas. Depois de um longo período de consumo as células do cérebro passam a ser mais tolerantes a dopamina, fazendo com que você precise de uma quantidade cada vez maior de comida para conseguir o mesmo nível de prazer e satisfação
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Algumas dicas podem ajudar você a controlar os desejos e emagrecer de verdade. "Ao cozinhar, reduza o açúcar usando apenas um terço da quantidade que está acostumada", recomenda Robert. Já a sobremesa deve ser um momento de prazer que você tem uma vez por semana
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A fibra é uma arma contra o excesso de peso. Isso porque o sistema digestivo precisa trabalhar para retirá-la do alimento, evitando picos de glicose. Isso faz com que menos insulina seja liberada diminuindo o armazenamento de energia na forma de gordura. A digestão também se torna um processo mais lento que dá ao corpo mais tempo para registrar que você está cheio
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A atividade física sozinha não gera uma perda de peso significativa, ao menos que haja uma mudança na alimentação. Porém, segundo Robert, 15 minutos de exercício por dia já é suficiente para melhorar a sensibilidade à insulina e transformar massa gorda em magra. A diferença na balança pode não ser tão significativa, mas sua saúde agradece
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Cuidado com alimentos industrializados. "Não coma nada que sua avó não reconheceria. Se o alimento tem um logotipo da empresa que você ouviu falar, ele é processado", defende Robert
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"Comer em pé significa que você vai estar comendo rápido, sem tempo para que os sinais de saciedade sejam codificados", diz Robert. Tente incluir algum tipo de proteína a cada refeição para retardar o processo digestivo e diminuir o risco de picos de insulina. Evite também alimentos que contenham apenas gordura, carboidrato e açúcar