Diocese de São Carlos manda fechar igrejas e pede que fiéis não saiam de casa por causa da pandemia
Região do interior de São Paulo regrediu para a fase vermelha, a mais restritiva, após recorde de 86 óbitos em uma semana
SOROCABA - A diocese de São Carlos, no interior de São Paulo, determinou aos padres que realizem as celebrações com todas as igrejas e capelas fechadas, a partir deste final de semana, devido ao aumento nos casos de covid-19. Em carta assinada pelo bispo, dom Eduardo Malaspina, a diocese, que abrange 129 paróquias em 29 municípios, além de cinco santuários, três seminários e um mosteiro, faz um apelo aos fiéis para que não saiam de casa.
A região de São Carlos e Araraquara regrediu para a fase vermelha do Plano São Paulo, a mais restritiva, e registrou recorde de 86 óbitos pelo novo coronavírus em sete dias, seis a mais do que na semana anterior. Igrejas e templos poderiam abrir as portas para atendimento presencial, respeitando regras de distanciamento.
"Não teremos missa presencial em nenhuma igreja católica a partir deste final de semana de 6 e 7 de fevereiro. Diante do aumento significativo de casos, em solidariedade aos profissionais de saúde que se encontram esgotados em meio a tanto trabalho, julgamos que esta nossa atitude seja um ato prudente e um testemunho de caridade para com os muitos acometidos pela covid-19 no município", afirma a carta.
Segundo o bispo, a decisão foi tomada em conjunto. "Esta atitude não é arbitrária, é uma decisão de todos nós, bispo e padres, que devem ecoar como um grito profético de atenção para o momento crítico que a cidade está vivendo, porque a vida não tem preço", diz o documento. "Viemos a público, humildemente, pedir que nossos fiéis católicos não meçam esforços para colaborarem com o isolamento social e medidas sanitárias de prevenção ao coronavírus".
O bispo afirma que, desde o início da pandemia, a diocese tem orientado os fiéis e realizado esforços para que a vida seja preservada. Em missas, além de exigir o uso da máscara e manter o distanciamento, os padres orientaram sobre os cuidados em casa e defenderam a vacinação. O bispo pediu aos fiéis que acompanhem as celebrações das paróquias através das mídias sociais, da TV católica e do rádio.
Recordes de casos e mortes
A primeira semana de fevereiro terminou com recordes de casos e mortes pelo coronavírus no interior. Em Sorocaba, entre quinta e sexta-feira, 5, a cidade registrou 23 novas mortes pela covid. Na quinta, foram 15 registros, um recorde desde o início da pandemia. Neste sábado, 6, em protesto isolado, um professor de história fincou 100 cruzes negras no jardim do Palácio dos Tropeiros, a sede da prefeitura. Ele mesmo retirou as cruzes horas depois.
A prefeitura de Campinas confirmou mais nove mortes na sexta, chegando a um total de 1.691 desde o início da pandemia. Ribeirão Preto teve seis mortes em um dia, chegando ao total de 1.121. Em São José do Rio Preto, foram confirmados mais quatro óbitos.
A Baixada Santista registrou 11 mortes nas últimas 24 horas e tinha outros 89 óbitos em investigação. No Vale do Paraíba, que ascendeu para a fase laranja do Plano SP, houve 2.927 casos confirmados em 24 horas, o maior número desde o início da pandemia. Em São José dos Campos, foram registradas seis novas mortes, elevando o total para 747.