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Doença de Alzheimer pode ser ainda mais difícil para quem vive com a pessoa diagnosticada

Número de pessoas com demência no Brasil pode chegar a mais de 5 milhões em 2050; cuidadores também precisam de tratamento, alerta geriatra

21 set 2024 - 05h01
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A doença pode ser ainda mais difícil para aqueles que vivem com a pessoa diagnosticada
A doença pode ser ainda mais difícil para aqueles que vivem com a pessoa diagnosticada
Foto: Freepik

Um recente estudo revelou que ao menos 1,76 milhão de pessoas com mais de 60 anos vivem com alguma demência no Brasil e esse número tende a crescer ainda mais. 

A Lei nº 11.736/2008 instituiu o dia 21 de setembro como o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer. A data chama atenção para as condições desse tipo de demência, que atinge 70% dos afetados, especialmente neste contexto de aumento de número de casos incidindo em uma população que está envelhecendo.  

De acordo com o Ministério da Saúde, a previsão é que se chegue a 2,78 milhões de brasileiros com demência no final desta década e a 5,5 milhões em 2050.  De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 50 milhões de pessoas vivem com demência no mundo — e a projeção da entidade é que atinja a marca de 150 milhões em 2050.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, progressiva e ainda sem cura que afeta, majoritariamente, pessoas acima de 65 anos de idade, impactando a memória, a linguagem e a percepção do mundo. 

Em entrevista ao Terra Você, a médica geriatra da Saúde no Lar, Simone de Paula Pessoa Lima explicou quais são os primeiros sinais da doença e indicou como familiares podem encontrar ajuda. 

Desorientação faz parte dos primeiros sintomas

De acordo com a profissional, os primeiros sinais de Alzheimer incluem perda de memória recente, como esquecer compromissos de forma recorrente, o local que guardou algum objeto do dia a dia ou nomes de pessoas familiares, além de:

  • Dificuldade em executar tarefas habituais;
  • Desorientação em relação ao tempo e espaço;
  • Mudanças na capacidade de julgamento;
  • Perda de interesse por atividades sociais. 

Ao perceber esses sintomas, buscar uma avaliação médica especializada para um diagnóstico precoce torna-se essencial.

Doença tem diferentes estágios

A médica conta que no estágio inicial o impacto acontece desde o diagnóstico, até quando o paciente passa a ter dificuldades em realizar atividades mais complexas, provocando, com frequência, mudanças no humor e irritabilidade. 

“Nessa fase, a autonomia do paciente pode ser preservada com suporte leve”, diz.

À medida que a doença progride, a dependência aumenta, surgindo confusões, alterações comportamentais mais significativas e dificuldades na compreensão e comunicação. Os cuidados passam a incluir supervisão constante e apoio para as atividades da vida diária. 

No estágio avançado, o paciente requer cuidados integrais, com assistência em higiene e até na alimentação. Pode chegar a ser necessário o manejo de complicações como a imobilidade. “O ajuste dos cuidados deve sempre priorizar o conforto e dignidade do paciente”, ressalta a especialista.

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Tratamentos não retardam progressão da doença

Os tratamentos disponíveis para Alzheimer incluem medicamentos como os inibidores da colinesterase e a memantina, que podem ajudar a minimizar as perdas cognitivas e comportamentais temporariamente. 

Além dos fármacos, intervenções não farmacológicas, como estimulação cognitiva, atividade física e suporte emocional, são fundamentais para otimizar a qualidade de vida. No entanto, a médica destaca que embora esses medicamentos possam retardar a progressão dos sintomas, eles não interrompem a evolução da doença. 

Familiares precisam buscar apoio

A doença de Alzheimer pode ser ainda mais difícil para aqueles que vivem com a pessoa diagnosticada. A médica conta que os cuidadores familiares enfrentam desafios inicialmente emocionais e sociais. 

“Além do estresse de lidar com a dependência progressiva do paciente, alterações de comportamento (agitação, agressividade), existe o impacto emocional de ver um ente querido perder suas habilidades cognitivas”, detalha. 

Nas fases moderada e avançada o desafio físico aparece de forma mais marcante devido a necessidade de ajuda no banho, transferências (cama/cadeira) e mudanças de posição na cama. 

Para lidar com essas situações, a geriatra recomenda que o familiar busque ajuda e suporte profissional.

“Participar de grupos de apoio e aprender técnicas de manejo comportamental e autocuidado, a fim de evitar o esgotamento emocional e físico, além do planejamento antecipado para o futuro da doença também é crucial”, indica.

Internação pode ser a melhor opção

Apesar dos preconceitos sociais que a internação de um ente querido possa causar para os familiares envolvidos, a médica explica que escolher uma clínica especializada para cuidar de um idoso com Alzheimer pode ser uma opção valiosa quando o nível de cuidados exigidos ultrapassa as capacidades familiares. 

“Nessas instituições, o paciente pode receber assistência profissional contínua, com foco no manejo dos sintomas, conforto e segurança, especialmente nos estágios mais avançados da doença. Para o cuidador, essa decisão pode aliviar o estresse e a carga emocional, permitindo que ele se concentre no bem-estar do paciente e no autocuidado”, diz a especialista.

Bons hábitos podem inibir a doença

A Doença de Alzheimer ainda não possui uma forma de prevenção específica, no entanto os médicos acreditam que manter a cabeça ativa e uma boa vida social, regada a bons hábitos e estilos, pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença. 

De acordo com o Ministério da Saúde, as principais formas de prevenir, não apenas o Alzheimer, mas outras doenças crônicas, são:

  • Estudar, ler, pensar, manter a mente sempre ativa;
  • Fazer exercícios de aritmética;
  • Jogos inteligentes;
  • Atividades em grupo;
  • Não fumar;
  • Não consumir bebida alcoólica;
  • Ter alimentação saudável e regrada;
  • Fazer prática de atividades físicas regulares.
Fonte: Redação Terra Você
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