12 sintomas da "Doença da Vaca Louca" em humanos
Ao consumir carne contaminada pela Doença da Vaca Louca, ser humano pode contrair doença neurodegenerativa fatal
Na última quarta-feira, 22, o Ministério da Agricultura confirmou um caso Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como Doença ou Mal da Vaca Louca, em uma propriedade com 160 cabeças de gado no Pará. O animal apresentou sintomas e, após a confirmação, ele foi abatido. Além disso, a fazenda está em isolamento.
A Doença da Vaca Louca pode ser transmitida a seres humanos através do consumo de carne contaminada. A transmissão causa uma encefalopatia espongiforme, conhecida como doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), uma variante da EEB.
Qual o risco da Doença da Vaca Louca em seres humanos?
De acordo com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós PhD em neurociências e biólogo, a doença é fatal em seres humanos. "Em humanos, a DCJ causa uma série de problemas, como alterações de personalidade, cegueira, perda de memória, equilíbrio e coordenação, movimentos anormais e perda progressiva da mobilidade e função cerebral", alerta.
Isso ocorre devido ao desenvolvimento anormal de príons no cérebro, o que gera pontos de acúmulo e produz pequenas bolhas nas células cerebrais, explica o especialista. O processo deixa órgão com um aspecto poroso semelhante a uma esponja, o que vai afetar gradualmente uma série de funções importantes, seguido pela morte do indivíduo.
Existem variantes ainda mais perigosas da DCJ, explica o especialista. É o caso da DCJv, por exemplo, que não apresenta sintomas, tem manifestação precoce e é mais transmissível.
"A DCJv também é adquirida através da ingestão de carne bovina ou derivados do gado doente com a EBB, mas começa muito mais cedo nos humanos, em cerca de 30 anos ou menos. Existem pessoas infectadas com a DCJv que se mantém assintomáticas, o que facilita a sua transmissão por meio de transfusão de sangue ou procedimentos cirúrgicos", esclarece o Fabiano.
Sintomas da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ)
Segundo o Ministério da Saúde, existe uma grande variação nas manifestações clínicas da Doença de Creutzfeldt-Jakob. No entanto, os seguintes sintomas são os mais comuns:
- Desordem cerebral com perda de memória;
- Tremores (em um terço dos casos);
- Falta de coordenação de movimentos musculares;
- Distúrbios da linguagem;
- Perda da capacidade de comunicação;
- Perda visual.
Com a progressão da doença, as pessoas podem apresentar insônia, depressão, sensações inusitadas, desordem na marcha, postura rígida, ataques epilépticos e, além disso, paralisia facial. O Ministério da Saúde alerta, ainda, que no caso da DCJ o declínio das habilidades do paciente é bem mais rápido do que na doença de Alzheimer ou outros tipos de demência.
No caso da DCJv, os casos acontecem geralmente em pessoas jovens, que apresentam um rápido declínio do funcionamento cerebral. O paciente apresenta sintomas tipicamente psiquiátricos inespecíficos, comportamentais e sensoriais em 63% dos casos, segundo o Ministério da Saúde. Além disso, os seguintes sintomas também se manifestam:
- Enfraquecimento ou perda de algum dos sentidos;
- Sensação de dormência ou formigamento alguma parte do corpo;
- Depressão;
- Ansiedade;
- Psicose;
- Alucinações auditivas ou visuais;
- Abstinência;
- Agitação;
- Irritabilidade;
- Insônia;
- Perda de interesse;
- Esquecimento.
Doença da Vaca Louca: diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da Doença de Creutzfeldt-Jakob em humanos é feito através de exame de sangue. Infelizmente, a medicina ainda não conhece formas de tratar a DCJ. De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 90% dos indivíduos evoluem para óbito em um ano. Atualmente o tratamento recomendado é basicamente de suporte e controle das complicações.