Um pequeno aperto nos seios pode impedir o desenvolvimento de células malignas na mama, que desencadeiam o câncer. De acordo com um estudo apresentado na Sociedade Americana de Biologia Celular, em São Francisco, aplicar pressão física pode fazer com que as células voltem a um padrão de crescimento normal. As informações são do Daily Mail.
"As pessoas já sabem há séculos que a força física pode influenciar nossos corpos", disse Gautham Venugopalan, um dos principais membros da equipe de pesquisa da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos. "Quando levantamos peso, nossos músculos ficam maiores. A força da gravidade é essencial para manter os ossos fortes. Aqui, mostramos que a força física pode desempenhar um papel no crescimento - e reversão das células cancerígenas”, justificou.
O estudo analisou o crescimento de células malignas dentro de um gel injetado em câmaras de silicone. Isso permitiu que os cientistas aplicassem pressão durante as primeiras fases de crescimento das células.
Com o passar do tempo, as células malignas espremidas começaram a crescer de modo normal e organizado. Por outro lado, células não comprimidas continuaram a crescer de forma desordenada e descontrolada, o que leva ao câncer.
"As células malignas não esquecem completamente como é ser saudável, elas só precisam as pistas certas para orientá-las de volta a um padrão de crescimento normal” disse Venugopalan.
Homens acima de 50 anos, tabagistas e alcoólatras eram as maiores vítimas dos cânceres de boca e orofaringe - região atrás da língua, o palato e as amígdalas. Porém o cenário vem mudando gradativamente, tanto em número de casos quanto em relação ao perfil das pessoas mais afetadas.
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Ocorre que, hoje, a doença também atinge jovens -entre 30 e 45 anos- de ambos os sexos, que não fumam nem bebem em excesso, mas praticam sexo oral desprotegido. Isso porque o HPV -papilomavírus humano-, que é transmitido sexualmente, está diretamente ligado a cada vez mais casos de câncer de cabeça e pescoço.
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Segundo uma pesquisa feita pela Faculdade de Saúde Pública da USP com 1.475 pacientes, 72 por cento dos casos de câncer de cabeça e pescoço apresentou o vírus HPV do tipo 16 - o mais relacionado ao desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço. Nas avaliações mais antiga, feitas entre os anos 1998 e 2003, o índice encontrado foi de 55 por cento, um aumento de 17 pontos porcentuais.
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Um estudo do International Journal of Epidemiology mostra que, quanto maior o número de parceiras com as quais pratica sexo oral e quanto mais precoce for o início da vida sexual, mais risco o homem terá de desenvolver câncer causado pelo HPV. Para o oncologista, Ricardo Caponero, da Clinonco, parte desse aumento pode ser atribuída a mudanças no comportamento sexual. Ainda não se fala sobre esse assunto e por isso a conscientização é praticamente nula, diz.
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Existem duas vacinas contra o HPV. Uma delas, a bivalente, protege contra dois tipos de vírus, mais associados ao câncer de colo do útero - o 16 e o 18. A quadrivalente também previne contra os tipos 6 e 11, presentes em casos de verrugas genitais. A vacina contra HPV foi aprovada para uso em mulheres de 9 a 26 anos, e, de preferência, deve ser administrada antes do início da vida sexual. A posologia recomendada é de três doses ao custo médio de R$ 300 cada dose.