Câncer em famosos leva mais pessoas a tentar parar de fumar
Parceria entre universidades dos EUA concluiu que 1,1 milhão de brasileiros deixou de fumar no mês seguinte ao diagnóstico de Lula
No último ano, pesquisadores do Legacy Research Institute entrevistaram por email 1.500 americanos fumantes com mais de 18 anos e que haviam consumido mais de 100 cigarros em sua vida. Eles divulgaram que 34% deles planejavam largar o vício em 2013. No entanto, esta é uma promessa feita por milhões de fumantes, mas apenas 40% delas realmente conseguem parar de fumar. As informações são do site All Voices.
Por isso, um estudo descobriu uma maneira de divulgar informações e aumentar este número ao usar casos de famosos diagnosticados com câncer. Uma parceria entre estudiosos das universidades de San Diego, da Carolina do Norte e da Johns Hopkins, levantou o impacto que a doença de uma pessoa famosa causa na sociedade.
O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foi o objeto do estudo. Foram reunidas notícias e pesquisas diárias disponíveis sobre métodos para parar de fumar e também consultas no Google sobre o assunto. O levantamento comparou o número das pesquisas em momentos normais e quando Lula foi diagnosticado com cancêr de laringe, em outubro de 2011.
A análise mostrou que a cobertura da mídia sobre métodos para parar de fumar aumentou 163% na semana seguinte ao anúncio da descoberta da doença do ex-presidente, mas voltaram ao nível normal na segunda semana. A procura pelo assunto em sites de busca também aumentou 67% nos dias seguintes à descoberta de Lula, 153% na segunda semana, 130% na terceira e 74% na quarta.
"O diagnóstico do câncer anunciado de Lula, apesar de trágico, era potencialmente o maior evento que promoveu o aumento das pessoas que deixariam de fumar na história do Brasil", afirma John W. Ayres, professor responsável pela pesquisa. O número de ex-fumantes saltou para 1,1 milhão de pessoas além do esperado no mês seguinte ao anúncio da doença de Lula no País.
"O interessante é que as pesquisas no Google mostraram que a procura pelo assunto foi maior devido ao apelo do presidente do que em eventos específicos, como o Dia Mundial Sem Tabaco, por exemplo", explicou o especialista. Com a doença, Lula aprovou uma série de medidas que ajudam as pessoas a se livrarem do vício e dificultam a manutenção dele. Segundo a pesquisa, isso tornou o Brasil o país mais livre de tabaco do mundo.
Com os resultados em mãos, os especialistas procuram maneiras de maximizar ainda mais estes diagnósticos para divulgar informações sobre os malefícios do cigarro e sobre a prevenção do câncer de garganta, pulmão, estômago e mama.
"Quando estes eventos acontecem, as pessoas se tornam mais receptivas às informações sobre a prevenção do câncer do que em qualquer outro momento, por isso as oportunidades devem ser melhor exploradas", afirma Dr. Ayers.