Confundida com ronco, doença causa gemidos durante o sono
Fadiga, cansaço, dores de garganta e ansiedade são outros sintomas da catatrenia
Aquele ronco irritante do parceiro durante a noite pode não ser exatamente o que parece. Um novo estudo americano descobriu que os barulhos podem, na verdade, ser gemidos e não roncos. Chamada de catatrenia, a doença descoberta recentemente consiste em gemidos profundos e muito barulhentos que duram entre dois e 50 segundos e podem se repetir centenas de vezes durante o sono. As informações são do site inglês Daily Mail.
A diferença em relação ao ronco é que o gemido termina com uma bufada abrupta e acontece quando a pessoa está expirando, enquanto o ronco ocorre geralmente na inspiração. Além de atrapalhar o sono e o parceiro, as pessoas que gemem durante a noite podem se sentir envergonhadas, já que, muitas vezes, os barulhos parecem sexuais. Talvez este seja o motivo pelo qual as pessoas levam, em média, 11 anos para procurar ajuda especializada desde o primeiro sintoma.
Ainda de acordo com a pesquisa, manter as vias respiratórias desobstruídas pode ser um dos tratamentos contra a catatrenia. Os gemidos tendem a acontecer entre duas e seis horas depois que a pessoa adormece e se mantêm por todas as noites. A doença é tês vezes mais comum em homens do que em mulheres, segundo o British Snoring & Sleep Apnoea Association, e se manifesta por volta dos 19 anos. A condição pode ser genética e estar associada a outros problemas do sono, como sonambulismo. Os especialistas explicam ainda que, enquanto dormem, as pessoas mantêm a expressão calma e tranquila, diferente do barulho enorme que fazem.
Uma pesquisa da Americam Sleep Association com mulheres que gemem concluiu que 43% delas sofriam com sonambulismo, muitos pesadelos e problemas com urinar na cama quando crianças. A Osaka University, no Japão, também relaciona os gemidos ao bruxismo. O distúrbio pode ocorrer como resultado de perturbações ao chamado movimento rápido dos olhos (REM), uma fase que vem no fim de cada ciclo do sono, na qual a respiração fica mais rápida e irregular, os sonhos mais vívidos e a atividade cerebral acelerada. Entre 50% e 80% das pessoas que sofrem desse mal podem ter fadiga, cansaço e dores de garganta crônica. Depressão e ansiedade também estão entre os sintomas.