Dia Internacional da Epilepsia: sintomas, causas e tratamento
Médico neurologista esclarece os tabus que cercam a epilepsia e explica como os pacientes podem ter qualidade de vida mesmo com a condição
O Dia Internacional da Epilepsia é celebrado anualmente na 2ª segunda-feira de fevereiro,com o objetivo de promover conscientização sobre a doença que afeta em torno de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A condição é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tem relação com febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Além disso, ela se expressa por crises epilépticas repetidas.
"A doença se define por crises epilépticas. Dependendo da região do cérebro em que houver a ativação, o paciente pode ou não perder a consciência e depois voltar ao normal, ainda com aspecto confuso, olhar perdido e com movimentos sem propósito com as mãos", explica o neurologista, Dr. Guilherme Torezani, coordenador de Doenças Cerebrovasculares do Hospital Icaraí e do Hospital e Clínica de São Gonçalo.
Tabus em torno da epilepsia
Quando falamos de epilepsia, ainda há muito preconceito e falta de informação acerca do tema. No entanto, as pessoas que vivem com a doença podem ter uma vida normal. Claro, se seguirem o tratamento adequado com a medicação de uso contínuo prescrita pelo médico neurologista.
Além disso, é importante destacar que a epilepsia não é uma doença mental, mas sim neurológica e não contagiosa. Nela, há perturbação da atividade das células nervosas no cérebro, que resultam em atividade elétrica cerebral exagerada culminando em crises recorrentes. Suas consequências são cognitivas, psicológicas e sociais.
Sintomas
Os sintomas variam bastante, de amenos a manifestações mais graves, e alguns sinais das crises convulsivas são:
- Perda de consciência;
- Contrações musculares;
- Lapso de memória;
- Confusão mental;
- Morder a própria língua;
- Alterações de movimento ocular;
- Emissão de sons, como gritos.
Causas e tratamento da epilepsia
Segundo o Dr. Guilherme, são inúmeras as causas que podem levar à epilepsia, como:
- Complicações do parto;
- Predisposição genética;
- Distúrbios neurológicos (ex: infecções do sistema nervoso central);
- Reação à medicamentos;
- Traumatismos;
- Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC);
- E tumores, por exemplo.
"A idade também é um fator para levar em consideração. Principalmente em crianças, uma vez que sua causa pode ser ter associação com o neurodesenvolvimento", explica o médico.
Alguns remédios antiepilépticos ajudam no controle e na frequência de crises. Mas há outras opções de tratamento disponíveis, como cirurgias. Elas são utilizadas apenas em casos mais graves, nas chamadas "epilepsias refratárias".
Mais recentemente, o canabidiol, conhecido como CBD, passou a ser utilizado sob prescrição médica para o tratamento da epilepsia. Isso porque a substância é capaz de controlar tanto a quantidade como a intensidade das crises convulsivas.
"A maioria das pessoas com epilepsia pode ter uma vida normal, com controle das crises. O importante é ter o diagnóstico o mais cedo possível para que o tratamento adequado possa ser prescrito ao paciente", conclui o neurologista.