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Disfunção erétil: soluções simples podem acabar com o problema

Conheça as causas, prevenção e maneiras de combater a impotência sexual masculina. Disfunção erétil tem tratamento

17 jun 2022 - 10h03
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Problema tem soluções definitivas e seguras
Problema tem soluções definitivas e seguras
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

A disfunção erétil é um assunto cercado por muitos tabus. Apesar de atingir milhões de homens em todo o planeta, o debate sobre o problema costuma ser repleto de preconceitos e insegurança. Fatores que atrapalham a busca por soluções, que podem ser simples e satisfatórias. De acordo com números da Sociedade Brasileira de Urologia, 50% dos homens com mais de 40 anos, no Brasil, sofrem com problemas de ereção. Incômodo que acomete, aproximadamente, 16 milhões de brasileiros ao todo.

Segundo o Dr. Juan Pablo Suarez, médico urologista, a disfunção erétil é uma condição definida pela dificuldade constante em manter ou conseguir uma ereção peniana satisfatória e suficiente para a penetração sexual. Segundo o médico, o problema é frequente e costuma alterar negativamente os relacionamentos interpessoais. Interferindo diretamente na qualidade de vida das pessoas.

Os casos de impotência sexual podem ocorrer por inúmeros fatores físicos e mentais. "A ereção peniana é um fenômeno fundamentalmente vascular que se processa no interior dos corpos cavernosos e ocorre na dependência da integridade anatômica e funcional destes, sofrendo modulação neurológica, hormonal e psíquica. A anamnese é fundamental na identificação de fatores psicogênicos na etiologia da disfunção erétil", explica o especialista.

Principais causas da disfunção erétil

Fatores psicológicos, como ansiedade, depressão, ou simplesmente insegurança, são comuns e podem causar a disfunção erétil. Porém, existem também alguns sinais de que o problema pode ter origem traumática, neurológica ou hormonal. De acordo com o médico, também vale a pena ficar atento caso ocorra uma redução ou ausência de ereções matinais e/ou involuntárias - independentes do estímulo sexual.  

No entanto, grande parte dos problemas relacionados à impotência sexual é atrelada a fatores mentais e emocionais. "Orientar o paciente com disfunção erétil psicogênica ocasionada por preocupações com padrões de normalidade sexual, desconhecimento ou falta de informação sexual, insegurança e falhas ocasionais ou circunstanciais (ansiedade de desempenho) é fundamental. Nesses casos, é necessário ouvir a queixa do paciente, entendê-la e responder adequadamente às questões levantadas", explica o Dr. Suarez.

De acordo com o médico, a disfunção erétil possui, basicamente, causas hormonais, vasculares, neurogênicas e medicamentosas. Confira:

Hormonal

De acordo com o Dr. Suarez, corresponde a aproximadamente 5% dos casos. "A testosterona está mais relacionada à libido que a ereção e, portanto, a baixa desse hormônio nem sempre é causa de disfunção erétil", conta.

Vascular

"Toda patologia que resulta em diminuição do fluxo arterial, como arteriosclerose, por exemplo, pode prejudicar a ereção". O problema vascular ainda pode ser fruto de traumas ou anomalias na região peniana.

Neurogênica

Estímulos do sistema nervoso também podem causar impotência sexual. "A integridade do sistema nervoso parassimpático, principalmente das raízes S2-S4 e do nervo cavernoso, é fundamental para a ereção. A neuropatia diabética é a causa mais comum de disfunção erétil neurogênica. Ocorre em mais de 50% dos pacientes com mais de 6 anos de doença e relaciona-se diretamente com o controle glicêmico", revela.

Medicamentosa

Por fim, também é importante ficar atento ao uso de algumas substâncias sem acompanhamento médico. "Inúmeros medicamentos relacionam-se com a incapacidade de obter ou manter a ereção. Os mais comuns são os psicofármacos (ansiolíticos, antidepressivos e antipsicóticos), os anti-hipertensivos, os diuréticos e os antiandrogênios", conta o Dr. Suarez.

Retirar a próstata pode causar impotência?

"Sim. A retirada da próstata pode causar disfunção erétil devido à lesão dos feixes nervosos nesta região, responsáveis pela ereção. O nervo pudendo pode ser lesionado durante a realização de uma prostatectomia para neoplasia de próstata, por exemplo. A cirurgia robótica vem com propósito de reduzir este tipo de lesão, visto que possibilita melhor visualização das estruturas a serem dissecadas. Porém, o benefício de retirar a próstata se sobrepõe a pensar na atividade sexual, quando falamos de câncer, por isso realizamos este tipo de cirurgia", conta o médico.

Existe alguma maneira de prevenir a disfunção erétil?

"A melhor maneira de prevenção deste problema relacionado à sexualidade é sem dúvida prevenindo doenças cardiovasculares, controlando a hipertensão arterial, reduzindo o colesterol com alimentação balanceada e praticando atividade física regular. Indivíduos não fumantes possuem, sem dúvida, uma atividade sexual mais longa durante a vida. Trabalhar com baixos níveis de estresse e um bom relacionamento com a parceira também influenciam de forma positiva", explica o especialista.

Substâncias, remédios caseiros e tratamentos

Após identificar a causa do problema, é hora de procurar ajuda e orientação médica para elaborar a melhor estratégia de solução. Porém, de acordo com o Dr. Suarez, existem outras maneiras de resolver casos mais simples. O uso de suplementos alimentares a base de citrulina, por exemplo, pode melhorar a ação vasodilatadora do organismo e facilitar as ereções.

Uma alternativa é apostar em alimentos naturais e remédios caseiros, como chá de alecrim, mel, guaraná e ginseng. O médico ressalta, porém, que, por falta de estudos aprofundados, não existem comprovações científicas de que esses métodos são realmente eficazes para o tratamento. Mas, como são ingredientes naturais e sem contraindicações, vale a pena a tentativa. "Maca peruana e tribulus terrestres são também utilizadas no tratamento desta patologia, com o princípio de servirem como substrato para produção hormonal", diz.

No entanto, o tratamento psicológico com terapias e análises costuma ser um dos mais eficientes contra a disfunção erétil. Muitas vezes, alguns medicamentos também podem resolver o problema. "Iniciamos geralmente com o controle das doenças de base como da hipertensão arterial, doenças vasculares e diabetes mellitus. Avaliação nutricional concomitante com controle dietético, no intuito de reduzir o colesterol e triglicerídeos irão auxiliar. A prescrição medicamentosa é o início, com uso de comprimidos diários ou de uso sob demanda. A psicoterapia voltada para sexualidade é realizada por alguns profissionais da psicologia e pode ser um instrumento importante na solução da disfunção erétil psicogênica", conta o Dr. Suarez.

Porém, caso nenhuma dessas opções surta efeito, ainda existem as próteses penianas. "Quando não temos o objetivo alcançado com as opções anteriores, lançamos mão do implante de próteses penianas, que atualmente podem ser semirrígidas ou infláveis", finaliza o médico.

"No Brasil, a opção inflável tem um custo muito elevado, que se aproxima dos US$ 20 mil, diferente da que acaba de chegar por aqui e que é uma inovação em próteses maleáveis. Essa prótese custa entre R$ 7 mil e R$ 10 mil e tem cobertura dos planos de saúde", completa o urologista Dr. Carlos Bautzer.

Fontes: Dr. Juan Pablo Suarez, médico urologista do Grupo Conexa e Dr. Carlos Bautzer, urologista do Hospital Sírio-Libanês.

Saúde em Dia
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