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Diverticulite: tire dúvidas sobre doença de Muricy Ramalho

Doença é uma inflamação no intestino grosso e casos graves podem pedir tratamento cirúrgico

26 jan 2015 - 16h09
(atualizado às 16h33)
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Muricy Ramalho já havia sido internado por diverticulite em abril de 2013
Muricy Ramalho já havia sido internado por diverticulite em abril de 2013
Foto: Alexandre Schneider / Getty Images

O técnico Muricy Ramalho desfalcou o São Paulo no último fim de semana por conta de um quadro de diverticulite, que o levou a ser internado e a receber tratamento com antibióticos. O ex-presidente Tancredo Neves morreu, em 1985, vítima da doença, e o ditador Fidel Castro renunciou ao comando de Cuba em 2008 por estar debilitado devido a ela e à peritonite. O humorista Dedé Santana e a cantora Sandra de Sá também permaneceram alguns dias no hospital por conta do problema. Quer tirar suas dúvidas sobre o assunto? Então, confira as explicações da gastroenterologista Cinara Martins de Oliveira, da Beneficência Portuguesa de São Paulo; e do gastroenterologista Tiago Szego, do Hospital Leforte.

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O que é? 

“Diverticulite é a inflamação dos divertículos do intestino grosso, que são ‘pequenos saquinhos’ presentes em diversos pacientes”, explicou o gastroenterologista Szego.

Quais são os sintomas? 

Os principais sintomas são dor abdominal do lado inferior esquerdo, mal-estar e, eventualmente, febre e diarreia.

O que causa? 

Vários fatores podem causar diverticulite. “Entre eles estão alimentação inadequada (que leva a uma intoxicação alimentar), consumo de sementes, intestino preso, diarreia”, listou a gastroenterologista Cinara. “Só acontece em quem tem doença diverticular, ou seja, pacientes portadores de pequenos saquinhos no intestino. Geralmente, esses divertículos podem entupir, obstruir e inflamar e, uma vez que tem contato com as fezes, ficam infeccionados, o que pode causar desde um caso simples, como uma leve infecção, até uma infecção grave com perfuração, abscesso e formação de pus”, completou Szego.

Como é feito o diagnóstico? 

É feito por meio de história clínica, avaliação realizada pelo médico e exames laboratoriais. “Os exames de sangue podem apresentar sinais de infecção e a tomografia é o melhor exame para confirmar o diagnóstico com  sinais clássicos de inflamação do intestino”, explicou a gastroenterologista Cinara.

Como é o tratamento? 

Pode ser um tratamento simples, com dieta, repouso e medicação sintomática, ou pode haver necessidade de uso de antibióticos, como informou a gastroenterologista Cinara. Em casos de maior gravidade e/ ou complicações, pode ser indicado tratamento cirúrgico de urgência. O tempo de tratamento varia de acordo com a gravidade do quadro.

Em casos mais graves, é necessário tratamento cirúrgico com exteriorização do intestino?

Sim, isso é necessário quando ocorre uma complicação do quadro de diverticulite, como perfuração ou abscesso, sendo necessária a exteriorização do intestino para que possa haver a possibilidade de recuperação do quadro infeccioso, como explicou a médica Cinara.

Diverticulite tem cura? 

Sim, a infecção tem cura. “Porém os divertículos continuam presentes apesar do tratamento, a não ser que o paciente seja operado e o seguimento do intestino acometido seja retirado”, disse o gastroenterologista Szego.

Quem tem diverticulite uma vez tem mais chances de ter novamente?

O fato de ter diverticulite uma vez não aumenta a chance de ter outros quadros, disse Szego. “Mas, uma vez que só tem diverticulite quem tem os divertículos, caso não seja retirado o seguimento acometido pela doença diverticular, a chance de ter novos episódios continua presente, mas não há mais chance do que quem nunca teve”, completou o médico.

É verdade que a diverticulite tem frequência maior no mundo ocidental?

“É mais frequente nos países industrializados, pelos hábitos alimentares adquiridos. Por isso, mais incidente no ocidente”, disse a gastroenterologista Cinara. Estudos mostram que a principal causa de divertículos é a falta de fibras na dieta alimentar. Portanto, uma dieta balanceada é uma forma de prevenção.

A probabilidade de ter diverticulite é igual para homens e mulheres?

Sim, o quadro é independente do sexo. “Os maus hábitos alimentares também podem ser praticados por qualquer pessoa, independente do sexo”, acrescentou a médica Cinara.

A doença é mais comum em uma faixa etária específica?

A doença acomete geralmente pessoas acima de 50 anos. “Isso porque, ao longo da vida, todos os tecidos do corpo envelhecem e ficam mais flácidos, assim como a parede do intestino, facilitando o aparecimento dos divertículos”, explicou Szego.

Se não tratar a doença, quais são as possíveis complicações? 

Caso a diverticulite não seja tratada, a inflamação local pode piorar e se tornar uma infecção generalizada, causar perfuração no intestino, levar a uma operação de urgência e até à morte, como informou Szego.

Fonte: Ponto a Ponto Ideias Ponto a Ponto Ideias
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