DSH: entenda o distúrbio que corta a libido de 35% das mulheres
Um dia cansativo no trabalho, dores de cabeça, estresse e alterações hormonais… Todas essas questões podem afetar diretamente a libido de homens e mulheres, prejudicando a saúde sexual do casal. Mas, como saber se a sua falta de desejo sexual ou do parceiro (a) pode ser uma patologia? De acordo com o ginecologista atuante em […]
Um dia cansativo no trabalho, dores de cabeça, estresse e alterações hormonais… Todas essas questões podem afetar diretamente a libido de homens e mulheres, prejudicando a saúde sexual do casal. Mas, como saber se a sua falta de desejo sexual ou do parceiro (a) pode ser uma patologia?
De acordo com o ginecologista atuante em medicina regenerativa e estética íntima, Dr. Marcelo Ponte, seis meses ou mais de desinteresse por sexo pode ser um forte indicador para a síndrome do Desejo Sexual Hipoativo (DSH), disfunção que acomete muitos brasileiros.
O que é o Desejo Sexual Hipoativo (DSH)?
"Trata-se de um distúrbio sexual, que consiste na apatia por relações sexuais por longos períodos. Aliás, isso não se resume em apenas a ausência do desejo pela relação em si, mas também pelo contato íntimo, pensamentos e fantasias sexuais", explica.
Apesar de acometer ambos sexos, a DSH afeta mais as mulheres, atingindo cerca de 35% das brasileiras, de acordo com o estudo Mosaico, maior pesquisa sobre sexo feita no país. O ginecologista explica que, apesar de comum, a DSH é uma patologia e, como todas as outras, deve ser olhada com atenção e cuidado. "Hoje as mulheres possuem muitas tarefas, tantos universos para equilibrar que, muitas vezes, a sua vida sexual fica para trás, o que é um erro", alerta.
De acordo com o profissional, a queda da libido ocorre de forma gradativa, principalmente nas mulheres. "Não costuma ser de repente, o que torna mais difícil perceber que há algo errado", pontua.
Causas que levam à queda da libido
Segundo o Dr. Marcelo, a síndrome pode acontecer por diversas causas, sendo elas físicas ou emocionais. "O motivo pelo qual cada paciente desenvolve a síndrome é muito pessoal. Pode ser ocasionada por um desequilíbrio hormonal, efeito colateral de medicamentos ou por questões psicológicas, como traumas, ansiedade, depressão ou até por problemas no relacionamento", esclarece o médico.
Na maioria dos casos, a falta de desejo sexual é associada apenas ao cansaço e à rotina exaustiva. Como a síndrome age de forma gradual, a paciente vai perceber que existe algum problema apenas depois de meses ou anos reclusa sexualmente. "Isso pode acarretar em problemas com o seu parceiro (a), mas também com ela mesma, afetando sua autoestima, confiança e causando até a depressão", acrescenta o médico.
Tratamento
Por ser um distúrbio multifatorial, o ginecologista conta que não existe um tratamento padrão. Por isso, é importante analisar cada caso individualmente, com o objetivo de ter uma forma de tratamento personalizado.
"O primeiro passo para mudar este cenário é entender a causa. Por isso é tão importante fazer um acompanhamento com o ginecologista e manter os exames em dia. Desta forma, as causas físicas já podem ser facilmente identificadas. Uma vez que a parte física e hormonal está saudável, partimos para o fator emocional", afirma. Neste caso, é indicado um acompanhamento com um psicólogo para que a mulher entenda o motivo dessa falta de libido e encontre uma estratégia assertiva para recuperá-la.
Fitoterápicos podem ajudar a recuperar a libido
Segundo Jamar Tejada, farmacêutico naturopata, a fitoterapia (tratamento por plantas medicinais) também pode ser uma ferramenta para auxiliar no tratamento da DSH. Isso porque o método oferece opções que podem ser utilizadas tanto para causas físicas quanto para as emocionais.
"Na fitoterapia existem alternativas mais acessíveis e seguras de tratamento para impulsionar a sua vida sexual. A maioria delas atuam nos mecanismos de produção ou melhora na utilização de hormônios e neurotransmissores que auxiliam no aumento do apetite sexual", explica Jamar.
Lembrando que os fitoterápicos não são isentos de restrições de uso e efeitos colaterais. Por isso, a recomendação é utilizar o método sempre com acompanhamento de um profissional de saúde habilitado.
Trigonella foenum-graecum (Feno Grego):
Esta planta promove a manutenção de níveis normais de testosterona e estrogênio no organismo da mulher favorecendo a modulação hormonal. Além disso, auxilia no aumento da libido, aumenta a excitação, frequência e satisfação sexual, e melhora os níveis de energia e vitalidade. O Feno Grego realiza uma ação específica junto a testosterona orgânica.
Mucuna pruriens (Mucuna):
Pesquisas sugerem que a mucuna protege o cérebro mantendo as funções cognitivas e neurais saudáveis, além de melhorar as atividades neurais devido suas propriedades antioxidantes e precursoras de neurotransmissores, explica o farmacêutico.
O L-Dopa, aminoácido encontrado na mucuna, melhora a ação de neurotransmissores responsáveis por processos fundamentais do cérebro, além de ser essencial na produção de dopamina e noradrenalina, neurotransmissores ligados à sensação de humor, energia, prazer e motivação.
Lepidium Meyenii (Maca peruana)
Os fitoquímicos presentes na raiz possuem características semelhantes aos hormônios sexuais, que são a testosterona, estrogênios e prostaglandinas. Ela ajuda a regular o ciclo menstrual e disfunções sexuais, aumentando o desejo sexual em homens e mulheres. Além disso, a maca peruana aumenta a contagem de espermatozoides e a motilidade espermática de homens que consomem a raiz por pelo menos quatro meses.