Pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, descobriram uma ligação entre o hormônio da saciedade, neurotensina, e o risco de diabetes, ataque cardíaco e câncer de mama em mulheres. Os dados mostram ainda uma relação entre a neurotensina e a morte prematura na população feminina.
“Foi surpreendente encontrar uma ligação clara com o risco de diabetes tipo 2 e doença cardiovascular, bem como câncer de mama. Obesidade é um fator de risco comum para as três condições, mas a conexão com a neurotensina não é explicada pela obesidade ou outros fatores de risco conhecidos”, diz o professor Olle Melander, do departamento de Ciências Clínicas da Universidade de Lund.
"Esta é a primeira vez que um hormônio da saciedade é associado a estas três doenças comuns em mulheres. Assim, abre-se um novo campo para a pesquisa continuada sobre avaliação de riscos e tratamento preventivo", diz o professor Marju Orho-Melander, um dos autores do estudo.
A ligação entre o hormônio e as doenças significa que a neurotensina pode ser usada como um marcador de risco clínico para as condições, na opinião dos pesquisadores. Isso proporciona novas oportunidades para a identificação precoce de mulheres propensas a desenvolver doença cardiovascular e também torna possível iniciar o tratamento preventivo precocemente.
"Uma vez que o hormônio circula em torno do corpo no sangue, os níveis podem ser medidos com um teste de sangue normal, o que é uma vantagem", explica Olle Melander. Os resultados foram obtidos através da análise de amostras de sangue de mais de 4.600 pessoas que participaram da dieta sueca Malmö. Os participantes forneceram amostras de sangue ao longo de vários anos e os pesquisadores viram uma ligação entre o nível de neurotensina e o desenvolvimento de uma das três doenças.
Os pesquisadores acreditam que uma dieta com baixos níveis de gordura reduz a produção de neurotensina e poderia, portanto, ser uma forma de regular os níveis do hormônio.
Este sábado, 29 de setembro, é marcado como o Dia Mundial do Coração
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E, entre outras coisas, como a genética, o principal motivo que faz os índices de doenças do coração subir são os hábitos nada saudáveis de jovens, adultos e idosos no Brasil. Por isso, os hospitais estão cheios de pacientes com diversos problemas cardiovasculares, entre eles o infarto, angina, obstrução das artérias coronárias, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e, o mais comum, hipertensão arterial
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Algumas doenças cardiovasculares, como a hipertensão, por exemplo, não têm, na maioria dos casos, um motivo único para o seu desenvolvimento. O conhecimento atual sobre as causas das doenças cardiovasculares aponta para uma combinação de predisposição genética, idade e estilo de vida - alimentação e atividade física, por exemplo, contou ao Terra o cardiologista Dr. Abel Magalhães, do Vita Check-up Center
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No geral, estas doenças não têm cura, têm controle. E isso é feito tendo alguns cuidados. Sempre é válido mudar os hábitos e se cuidar para diminuir os riscos, informou o Dr. Guilherme de Menezes Succi, especialista em cirurgia cardiovascular com doutorado pela USP
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No entanto, apesar de ser comprovado que a prevenção é o principal fator de sucesso contra as doenças cardiovasculares, o Brasil ainda não tem grandes resultados neste aspecto. Percebe-se que o Brasil ainda não possui uma cultura muito amadurecida de diagnóstico precoce e mudanças no estilo de vida (como preconizado através de check-ups médicos periódicos), ao contrário de países com mais tradição em medicina preventiva, disse o Dr. Abel Magalhães
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Por isso, eliminar os fatores de risco que desencadeiam as doenças é o melhor método para retardar as doenças o máximo possível. Além de exercícios físicos regulares ao menos três vezes na semana, a alimentação é a chave para o sucesso, nestes casos. A orientação alimentar é feita para prevenir os fatores de risco, como pressão alta, colesterol, excesso de peso, entre outros, explicou a nutricionista do Hospital do Coração (HCor), Camila Gracia
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Além da alimentação e exercício físico, outros fatores também são importantes. Evitar se alimentar em grades quantidades, eliminar o tabagismo, reduzir e controlar o estresse, procurando uma condição de vida mais tranquila e mais feliz, por mais difícil que seja, são formas de minimizar os riscos cardiovasculares, informou também o Dr. Guilherme Succi
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Por isso, o objetivo é buscar alimentos saudáveis que ajudam a proteger o coração, como castanhas em geral, que possuem substâncias antioxidantes - um tipo de gordura boa que diminui as inflamações
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Tomar álcool em pequenas quantidades, principalmente o vinho, que, segundo o Dr. Guilherme Succi, tem subtâncias flavonoides, que têm um efeito cardio protetor, também é um bom hábito. O ideal é uma taça de vinho por dia
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O cacau também tem efeito oxidante. Mas é preciso ficar atento com o chocolate ideal que é aquele com mais de 70% de teor de cacau. Consumir chocolates convencionais acaba trocando os benefícios do cacau pelos malefícios do alto teor da gordura, explica o cardiologista
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As fontes de fibras, como verduras, legumes, frutas e cereais integrais também devem ser priorizados e ajudam tanto na redução da absorção de gorduras, além de controlar o colesterol, promovendo um funcionamento mais adequado do intestino evitando a retenção de toxinas
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Mas os diabéticos devem prestar atenção ao consumo de frutas que, apesar de saudáveis, são bastante calóricas
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Para controlar os fatores de risco, como o colesterol, o ideal é trocar as gorduras que não são tão saudáveis por gorduras saudáveis. O ideal é diminuir o consumo de gordura saturada, como picanha, costela, cupim
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Além de todos os embutidos, como presunto, salame e bacon
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Alimentos processados como creme de leite, molhos, cremes, recheios e coberturas também devem estar na mesa somente esporadicamente
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A nutricionista Camila Gracia alerta também para o controle do uso de sal. O ideal é usar o mínimo de sal possível e optar por alternativas, como pimenta, alho, cebola e ervas em geral
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Apesar do senso comum de que carne vermelha é sempre pior que a branca, o Dr. Guilherme Succi esclarece que o critério para avaliar a qualidade do produto é, na verdade, a quantidade de gordura. Não interessa a cor da carne. Um peixe de água doce, por exemplo, é extremamente gorduroso e uma coxa de frango com pele também tem mais colesterol que qualquer picanha
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A nutricionista esclarece ainda sobre o modo de preparo das refeições e afirma que usar o óleo de soja em quantidade moderada para fazer a comida já é um começo. Trocar outros temperos pelo azeite na salada também é uma opção viável e mais saudável. No fundo as pessoas sabem o que têm que comer, mas no dia a dia, fazem escolhas erradas, concluiu a nutricionista Camila Gracia