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Maryam d'Abo conta como se recuperou de hemorragia cerebral

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A bela loira que atrai a atenção do agente secreto mais famoso do mundo, James Bond, em 007 Marcado para a Morte, foi a violoncelist Kara Milovy, vivida por Maryam d'Abo. A britânica, hoje com 51 anos, pouco foi alvo de atenção após o filme de 1987, mas há 5 anos sofreu de uma hemorragia cerebral que quase a matou, e agora conta para o mundo como foi todo o processo em entrevista ao jornal Daily Mail.

A Bond Girl sofreu com uma hemorragia cerebral em 2007 e até hoje se incomoda com barulhos
A Bond Girl sofreu com uma hemorragia cerebral em 2007 e até hoje se incomoda com barulhos
Foto: Getty Images

Em 2007, 4 anos após se casar com o diretor Hugh Hudson, de Carruagens de Fogo, foi na casa de amigos em Los Angeles que ela passou muito mal. "havia 2 anos eu tinha terríveis dores de cabeça, mas de repente a dor ficou insuportável", recorda a atriz. "Senti uma pressão incrível na cabeça e comecei a vomitar. Um médico inicialmente achou que era meningite viral, e eu fiquei nervosa por poder acabar igual meu pai (que contraiu a doença, perdeu a fala, teve regressão mental até a idade de uma criança de 4 anos e morreu 35 anos após o diagnóstico)".

"Eu não conseguia falar e até o roçar de lençóis me causava dor. Apenas 3 dias depois, em outro hospital, eu já estava em um estado de inconsciência esporádica e descobriram que eu estava com um sangramento devido a um aneurisma e poderia morrer em poucas horas". Os aneurismas são inchaços das artérias e podem ser congênitas ou consequência de pressão alta, devido a estresse ou idade. O fumo e consumo de álcool excessivo podem facilitar a ruptura dessa artéria.

Maryam passou por uma cirurgia de 4 horas. Seu cérebro estava cheio de sangue, mas o aneurisma foi fácil de ser localizado e estacando, e não causou danos cerebrais à britânica.

"Fiquei 8 dias internada, estava exausta e não tinha noção do mundo à minha volta. Me senti isolada, não tinha mais memória de curto prazo e estava tão fraca que tive que aprender a andar novamente. Só depois de 4 meses deiaxram eu voltar à Londres", recorda.

"Assim como muitas pessoas que tiveram danos no cérebro, minha primeira reação foi perder a confiança e me sentir vulnerável como se uma pele protetora tivesse sido tirada de mim", diz. "Por dois anos depois da hemorragia sentia como se fizesse tudo em câmera lenta. Tinha medo de atravessar a rua e qualquer barulho me incomodava. E por estar mais devagar, todos à minha volta pareciam correr a todo momento, como em um filme de Charles Chaplin."

A Bon Girl conta que não é mais tão tolerante como antes, mas que coisas simples podem fazê-la chorar, como olhar para um céu azul. No entanto, a depressão foi inevitável, pois não conseguia mais fazer tudo o que fazia antes, e até perdeu alguns amigos, pois não se conectava mais com eles.

Outra consequência foi uma leve afasia, um distúrbio de comunicação que dificulta a escolha de palavras e a nomeação de pessoas e objetos. "Posso dizer 'vermelho' quando na verdade quero dizer 'azul'", explica. "Mas já estou melhor."

"Também deixei de lado coisas que adorava fazer, como sair com amigos para tomar um café, porque acho os ambientes muito barulhentos. Outra paixão minha era falar ao telefone, mas hoje logo me canso de falar e de segurar o celular."

E com o apoio do marido, ela lança seu novo documentário Rupture: Living With My Broken Brain (Ruptura: vivendo com meu cérebro danificado, em tradução literal), que narra toda a sua história e conta com entrevistas de neurocirurgiões britânicos e americanos. "O desafio de dirigir e entrevistar pessoas aumentou minha confiança e aprendi muito", completa Maryam.

Fonte: Terra
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