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Mutação genética aumenta risco de câncer de pulmão em 25%

Gene é encontrado em apenas 2% da população; doença mata mais de um milhão de pessoas por ano no mundo

1 jun 2014 - 17h53
(atualizado às 18h19)
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Uma mutação genética aumenta o risco de desenvolver câncer de pulmão, especialmente em pessoas fumantes, que podem ter até 25% mais chances de adoecer se forem portadoras desse gene, informa neste domingo (1) a revista "Nature Genetics".

Um em cada quatro fumantes com essa mutação genética, que é encontrada em 2% da população, desenvolverá este tipo de câncer. O gene defeituoso, conhecido como BRCA2, já foi vinculado aos cânceres de mama e ovário, mas os especialistas descobriram que uma mutação específica do gene dobra a probabilidade de desenvolver câncer de pulmão.

Uma quarta parte dos fumantes, que em geral têm 13% a mais de risco de padecer de câncer de pulmão no decorrer da vida, desenvolverá a doença se for portadora da mutação, dizem os especialistas. "Nossos resultados demonstram que alguns fumantes com mutações de BRCA2 têm um enorme risco de padecer de câncer de pulmão, ao redor de 25% no transcurso de sua vida", declara o diretor do estudo, Richard Houlston, do Instituto de Pesquisa sobre o Câncer de Londres.

Houlston lembra que "o câncer de pulmão mata mais de um milhão de pessoas por ano no mundo e é, de longe, o câncer mais mortal no Reino Unido". "Sabemos que o melhor que se pode fazer para reduzir a mortalidade é persuadir as pessoas para que não fumem e nossas novas descobertas deixam claro que isto é ainda mais crítico no caso de pessoas com um risco genético subjacente", acrescenta.

Para seu estudo, os cientistas analisaram o DNA de 17 mil europeus com e sem câncer de pulmão, buscando diferenças que pudessem se relacionar com a doença.

Os especialistas detectaram uma alteração específica no código genético do BRCA2 conhecida como c.9976T, com um forte associação com o câncer de pulmão.

Esta alteração prevalecia especialmente em pacientes com o tipo de câncer de pulmão mais corrente, o de células escamosas, que também mostrou uma relação, embora mais frágil, com outro gene defeituoso, chamado CHEK2.

Os resultados deste estudo abrem a possibilidade de realizar tratamentos personalizados para pessoas com câncer de pulmão que tenham essas mutações genéticas, assinala a Nature Genetics.

O BRCA2 é um gene supressor de tumores envolvido na reparação do DNA danificado e, quando deixa de funcionar adequadamente, o câncer tem mais possibilidades de se desenvolver.

Embora seja comummente associado a vários cânceres relacionados às mulheres, o BRCA2 defeituoso também pode aumentar em até 25 % o risco de tumores de próstata nos homens.

EFE   
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