Pesquisa relaciona tabagismo à incidência de câncer na bexiga
Cerca de 70% das pessoas com tumores na bexiga têm histórico de tabagismo, segundo levantamento feito entre pacientes atendidos pelo Instituto do Câncer de São Paulo. O dado foi divulgado, juntamente com outros registros importantes da doença, nesta segunda-feira (04), dedicada ao Dia Mundial de Combate ao Câncer.
Do total de pacientes tratados com esse tipo de tumor, 50% chegam à unidade com diagnóstico tardio. Entre os sintomas mais evidentes, o sangue na urina se manifestou em 88% dos casos. “Há diversos fatores que contribuem para o desenvolvimento do câncer, inclusive hereditários, mas é fato que o tabagismo é um hábito que pode auxiliar no desenvolvimento da doença e merece toda a nossa atenção”, aponta Marcos Dall Oglio, coordenador da urologia do ICESP.
Outro dado relevante que se destacou no estudo é a ligação entre câncer e HPV. O levantamento mostra que 30% dos pacientes operados podem ter desenvolvido o câncer na orofaringe (boca, garganta e faringe) em decorrência de infecção pelo papiloma vírus humano (HPV). No entanto, o órgão informa que os tumores relacionados ao HPV têm melhor prognóstico e respondem melhor aos tratamentos, como a quimioterapia e radioterapia. Nestes casos, vale lembrar que parte destas notificações poderiam ser evitadas com o uso de preservativos nas relações sexuais.
O álcool também se mostra como um fator de risco, já que 11% dos pacientes atendidos na unidade assumiram ter adotado (ou ainda manter) um perfil de dependência alcoólica. Destes, um em cada sete desenvolveu tumores na região da boca e garganta. O estudo mostrou ainda que 95% dos pacientes que assumem esse comportamento são homens. O levantamento mostra também que 95% dos pacientes apresentam histórico de tabagismo ativo.
“Esses dados sugerem o potencial do álcool e do cigarro como substâncias nocivas também à saúde bucal, estando relacionados ao surgimento de tumores nessa região. Além disso, o HPV tem despontado como significativo fator de risco e também passível de prevenção”, alerta o oncologista clínico do ICESP, Gilberto Castro.