Síndrome rara faz com que pessoas ouçam trovões ao acordar
Conhecida como síndrome da cabeça explosiva, doença atinge até uma em cada 10 pessoas
Você já ouviu falar sobre a síndrome da cabeça explosiva? Ela consiste em ouvir barulhos, como de trovões e explosões, ao dormir ou acordar. É considerara rara, mas uma pesquisa publicada na revista Sleep Medicine Reviews sugere que pode afetar até uma em 10 pessoas em algum momento durante a vida. Os dados são do jornal Daily Mail.
Os ruídos começam repentinamente e duram alguns segundos. Antes de ouvir o barulho, um em 10 também apresenta distúrbios visuais breves, como ver relâmpagos ou flashes. A condição também pode causar uma leve dor de cabeça e sensação de calor. Enquanto alguns passam por apenas um ataque durante a vida, outros experimentam até sete por noite. As crises podem ir e vir ao longo de semanas ou meses, embora para alguns ocorram quase que diariamente durante anos.
O distúrbio é conhecido por ser duas vezes mais comum em mulheres e geralmente afeta pessoas com mais de 50 anos, embora também tenha sido relatado em crianças a partir dos 10 anos. Pode trazer problemas de sono e até taquicardia temporária e palpitações, já que as pessoas tendem a se assustar e achar que são sintomas de uma doença grave. A longo prazo, também pode levar a transtorno de pânico e depressão.
“Avaliei pacientes que relatam apreensão e que evitam o sono durante ataques crônicos de síndrome da cabeça explosiva. Todos os problemas tendem a ser devido à forma como as pessoas reagem aos episódios, como a má interpretação deles como indicativo de uma doença mais grave, ou evitar o sono”, disse o líder do estudo Brian Sharpless, professor assistente de psicologia na Universidade Estadual de Washington, nos Estados Unidos. “Pode ser muito assustador para aqueles que não sabem o que está acontecendo. Mas a síndrome é geralmente inofensiva", acrescentou.
Ainda não se sabe o motivo exato da condição. Uma teoria é de que é causada por problemas no ouvido, especialmente aqueles que afetam a trompa de Eustáquio, que liga o ouvido médio com a parte de trás do nariz e da garganta, interferindo na pressão do ar no ouvido médio e causando a percepção de sons. Também pode estar ligada à rápida retirada de certas drogas, como benzodiazepínicos ou antidepressivos chamados inibidores seletivos da recaptação da serotonina.
Outra probabilidade ainda é que, ao ir dormir, haja um atraso no desligamento de regiões responsáveis pelo movimento, visão e som, o que resultaria em uma explosão de atividade, como ruídos e flashes. Para evitar as chances de sofrer do problema, pode-se evitar cafeína antes de dormir e usar medicamentos prescritos por médicos em casos de sintomas frequentes.