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Dúvidas sobre teste sorológico dividem os especialistas

Resultados de falso positivo ou falso negativo levam a imprecisões; mas muitos acham que eles evoluíram bastante

7 ago 2020 - 05h10
(atualizado às 07h51)
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A maior oferta do testes para o novo coronavírus trouxe dúvidas para pessoas que se deparam com um resultado falso positivoou falso negativo - situação que se evidenciou a partir da disseminação dos testes sorológicos, que podem ser encontrados em diferentes laboratórios e até em farmácias.

Parte dos especialistas considera que esse tipo de exame apresenta imprecisões, mas entidades das áreas de patologia clínica e medicina laboratorial afirmam que, atualmente, os testes evoluíram e têm mais sensibilidade e especificidade para detectar o vírus. Alertam ainda que a indicação do exame deve ser feita por um médico, assim como a leitura do resultado, e que os testes devem ser realizados de acordo com a fase da doença.

"O RT-PCR é indicado para a fase aguda da doença, de dois a cinco dias após o aparecimento dos sintomas, e no sorológico, que identifica a presença de anticorpos, no oitavo dia após o aparecimento dos sintomas. Se faz o sorológico nos primeiros dias, a chance de um falso negativo é muito alta, mas não significa que não esteja contaminado", explica Priscilla Franklin Martins, diretora executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABramed).

O falso positivo pode ocorrer, segundo ela, por diferenças de métodos usados no primeiro exame e na contraprova, que pode acabar detectando o vírus.

Segundo Priscilla, além de procurar laboratórios de confiança para fazer o exame, as pessoas devem conversar com o médico para definir qual tipo de teste será escolhido.

"As pessoas têm o hábito de ver o resultado dos exames, mas quem interpreta o resultado e define o que será feito depois é o médico."

Testagem gratuita da Covid-19 realizada pelo Instituto Butantã no estacionamento superior do shopping SP Market, zona sul de São Paulo.
Testagem gratuita da Covid-19 realizada pelo Instituto Butantã no estacionamento superior do shopping SP Market, zona sul de São Paulo.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

Coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia e colunista do Estadão, Sergio Cimerman diz que testes para verificar a imunidade ainda não são tão eficazes. "As pessoas estão com curiosidade para saber se já têm o anticorpo, se já podem se reunir, ver os pais, mas, para saber se tem imunidade, os testes são falhos. Vão chegar testes com acurácia melhor."

Em nota, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) informou que testes com baixa acurácia chegaram inicialmente no mercado, mas que com o passar do tempo eles evoluíram. "Esses testes melhoraram bastante ao longo dos meses de pandemia. Seu desempenho evoluiu bastante e hoje dispomos de testes sorológicos com elevada acurácia (acima de 98 % de sensibilidade e especificidade) realizados em laboratórios clínicos pelo País." Segundo a ABramed, uma força-tarefa foi realizada para validar os testes.

A Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma) diz que os testes seguem padrões internacionais e que os kits têm registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Estadão
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