É covid? Veja como diferenciar as doenças respiratórias
Gripe, resfriado ou é covid? Saiba como diferenciar as principais doenças respiratórias do inverno
As temperaturas mais baixas e o tempo mais seco, características do inverno, podem aumentar a ocorrência de problemas respiratórios. A falta de chuvas concentra os poluentes no ar e desencadeia irritações e quadros alérgicos, ainda mais quando ficamos mais tempo em ambientes fechados. Com a pandemia, ficamos sempre pensando: será que estou com Covid?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 3,5 milhões de pessoas fiquem gravemente gripadas por ano em todo o mundo. Crianças, idosos, portadores de doenças pulmonar ou cardíaca e imunocomprometidos - pacientes que receberam implantes ou transplantes, que estão em tratamento contra um câncer e pessoas com HIV - são os mais afetados.
Os casos mais comuns de gripes e resfriados têm sintomas como febre, coriza, espirro e mal-estar geral. O problema é que esses são os mesmos sintomas da Covid-19. Com a pandemia ainda com altos índices de casos, não é fácil identificar com qual doença o paciente está apenas após o aparecimento dos primeiros sintomas. Por isso, mesmo com recomendação de isolamento social, um médico deve ser consultado antes que o quadro evolua.
Diferenças entre covid, gripe e resfriado
Gripe e resfriado são doenças relativamente fáceis de serem tratadas. A gripe costuma deixar a pessoa mais prostrada, com dores de cabeça e pelo corpo, enquanto que o resfriado é mais brando, embora tenha mais incidência de espirros e dores na garganta.
Pacientes com gripe costumam ter febre, cansaço, dores no corpo e mal-estar, tosse seca e dor de cabeça. Coriza e nariz entupido podem ocorrer, mas espirros são raros. Já pessoas com resfriado têm dor de garganta, coriza, nariz entupido e espirros, além de tosse leve. Cansaço pode acontecer, mas febre, dor de cabeça e diarreia são raros.
A Covid-19 tem sintomas parecidos com a gripe e o resfriado. Pessoas com a doença geralmente apresentam febre, tosse seca e cansaço. Em seguida, podem surgir falta de ar, diarreia, perda de olfato e paladar. Outros sintomas relatados também envolvem dor de garganta e dor de cabeça, além da conjuntivite.
A diferença da Covid-19 para gripes e resfriados é a rápida evolução dos sintomas para um quadro grave. A falta de ar, com necessidade de internação, é o principal indício de que a doença está avançando, exigindo cuidados médicos imediatos.
A prevenção contra gripes e resfriados segue a mesma conduta para a Covid-19. Lavar as mãos com frequência, manter os ambientes mais ventilados e evitar contato próximo com pessoas que apresentem os sintomas são meios eficazes de evitar o contágio. Para a Covid-19, no entanto, é recomendado o uso de máscaras.
Sintomas da sinusite também podem ser confundidos com Covid-19
A sinusite é a inflamação da mucosa que envolve os seios da face, região do crânio formada pelas cavidades ósseas ao redor do nariz, olhos e da maçã do rosto. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a doença atinge todas as faixas etárias, sendo bastante frequente em crianças de até 7 anos, podendo ocorrer de seis a dez vezes ao ano. Crianças que já têm alergias são ainda mais propensas a desenvolverem o quadro.
Quando a sinusite ocorre, o paciente sente incômodos em toda a região do rosto, como dores de cabeça, dor de garganta, corrimento nasal, perda de apetite e até febre - sintomas que, à primeira vista, podem ser confundidos com gripe, resfriado e também Covid-19.
Por isso, é importante um diagnóstico rápido e correto para que o tratamento adequado seja utilizado. Em casos de suspeita de sinusite, o médico, além de analisar os sintomas e fazer exames clínicos, pode requisitar uma tomografia computadorizada da face como forma de complementar a análise.
Esse exame de imagem permite visualizar seções por vários ângulos e detalhes que só são acessíveis por meio de procedimento cirúrgico. A tomografia da face avalia, também, as estruturas do rosto ou face, como músculos, ossos e fossas nasais, e identifica não só a sinusite, como pólipos nasais e desvio de septo.
Além da tomografia computadorizada, outros exames indicados para diagnóstico da sinusite são o raio-X e a endoscopia nasal.
Existem dois tipos de sinusite: a aguda e a crônica. O tipo agudo acontece quando os sintomas permanecem por um período inferior a 12 semanas, já a sinusite crônica é identificada quando as dores e a inflamação dos seios nasais dura mais do que esse período.
A sinusite pode ser de origem viral, como a covid, ou bacteriana. Identificada a causa da doença, é iniciado o tratamento. A sinusite por vírus é combatida com uso de medicamentos como analgésicos e descongestionantes. O soro fisiológico usado no nariz ajuda a eliminar a obstrução nasal. Quando o caso ocorre por meio de uma bactéria, o médico pode receitar antibióticos.
Os sintomas da sinusite melhoram em alguns dias, mas em pacientes que não respondem bem aos tratamentos e têm crises mais severas, com fortes dores e obstruções nasais, a solução pode ser uma cirurgia. Sinusites não tratadas podem evoluir e há o risco de complicações que comprometerem outras funções do corpo, como o globo ocular e o sistema nervoso central.