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É possível pedófilo não dar sinais sobre o transtorno, diz psiquiatra da USP

Daniel Mori comenta o caso do professor de História e Teatro da St. Nicholas School, da zona oeste de São Paulo, preso nesta terça-feira 18, por filmar alunas

20 fev 2020 - 05h10
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SÃO PAULO - É possível um pedófilo não dar sinais sobre sua condição, segundo o psiquiatra do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) Daniel Mori. Ele comenta o caso do professor de História e Teatro da St. Nicholas School, da zona oeste de São Paulo, preso nessa terça-feira 18, por filmar alunas por baixo da saia em sala de aula.

Ivan Secco Falsztyn colocava as câmeras em caixas de remédios, com furos, para fazer as imagens. "Quem chegou a esse grau de sofisticação, de planejamento, pode passar despercebido porque era uma pessoa conhecida, que convivia bem com os alunos, querido no colégio. O crime foi se especializando a tal ponto que ele conseguiu esconder até agora", disse Mori à TV Estadão.

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Publicado por Estadão em Quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

"Mas, agora que isso veio à tona, com certeza muitas crianças e adolescentes e até alguns pais comecem a trazer indícios de algo, de alguma fala, algo que o professor possa ter feito. Agora as pessoas começam a dar outro significado para suas memórias e pensar no fato", completa.

O colégio anunciou o afastamento do professor nesta quarta-feira, 19. Segundo a Polícia Civil, Falsztyn gravou mais de 300 vídeos das estudantes. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça paulista. Aos delegados, o professor chegou a dizer que é "doente".

Segundo investigação, professor usava caixas de remédio furadas para fotografar alunas
Segundo investigação, professor usava caixas de remédio furadas para fotografar alunas
Foto: Divulgação/Polícia Civil / Estadão

Mori explicou que há um diagnóstico médico psiquiátrico chamado pedofilia, que está dentro dos transtornos sexuais. Esses indivíduos têm pensamentos sexuais recorrentes com crianças ou adolescentes antes de entrar na puberdade. "Isso, na maioria das vezes, traz grande sofrimento para o indivíduo e alguns buscam ajuda porque sentem que é algo estranhíssimo e não queriam passar por isso. A maioria das pessoas está por aí no cotidiano, trabalhando, e não vão comer um ato criminoso", afirmou o psiquiatra.

Estadão
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