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Ele aplicou botox na garganta para conseguir arrotar; entenda síndrome rara

Engenheiro de 46 anos passou a vida inteira com disfunção até descobrir diagnóstico

6 nov 2023 - 12h45
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Marco Enes passou a vida inteira sem conseguir arrotar até encontrar tratamento
Marco Enes passou a vida inteira sem conseguir arrotar até encontrar tratamento
Foto: Arquivo pessoal/ Metrópoles

Assim como arrotar demais é sinal de problema, não conseguir arrotar pode indicar a existência de uma condição rara: a Disfunção Cricofaríngea Retrógrada (DCF-R). A doença ocorre quando o esfíncter esofágico superior não relaxa e, com isso, impede que o excesso de gás no estômago saia pela boca.

Entre os poucos acometidos com a síndrome está o engenheiro carioca Marco Enes. O homem de 42 anos passou a vida inteira sofrendo as consequências de não conseguir arrotar.

"Era praticamente impossível tomar qualquer bebida com gás sem passar mal", relatou o engenheiro, segundo o portal Metrópoles. Do mesmo modo, comer pratos como feijoada eram "uma tortura" para ele.

Enes só encontrou alívio após ser submetido à aplicação de toxina botulínica na garganta. De acordo com a publicação, ele foi uma das primeiras pessoas no Brasil a passar por esse tipo de tratamento. Seu procedimento foi realizado na Santa Casa de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

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Grupo de apoio

Em meio ao processo de diagnóstico, em 2022, o engenheiro também descobriu que não estava sozinho. Encontrou o grupo "Não consigo arrotar", que mantém um site com informações sobre a doença.

Na página, a entidade explica como o distúrbio afeta os indivíduos. "Cada vez que engolimos, o esfíncter esofágico relaxa brevemente para permitir que o alimento siga em direção ao estômago. O resto do tempo permanece contraído. Para que uma pessoa possa arrotar, o mesmo esfíncter precisa relaxar para deixar o excesso de ar do estômago sair".

O grupo também aponta as consequências da síndrome:

  • flatulência em excesso, já que os gases não saem pela boca;
  • inchaço e dor, "principalmente na parte superior do abdômen"
  • pressão no peito e na parte inferior do pescoço;
  • dor aguda na barriga, costas e ombros;
  • sons estranhos na garganta, o que gera constrangimento aos portadores.

Outros sintomas considerados são a dificuldade ou mesmo inabilidade de vomitar; falta de ar; constipação; náusea; hipersalivação; soluços dolorosos.

Tratamento

A entidade ressalta que o botox, como a toxina é popularmente chamada, é o tratamento adequado para o problema. Em média, 75 ml da substância é injetada por um médico otorrinolaringologista no músculo esfíncter. A proposta é enfraquecer esse músculo por alguns meses, favorecendo o processo de relaxamento que vai possibilitar os arrotos.

Segundo o grupo, a maioria dos pacientes que passa pelo tratamento tem sucesso absoluto já na primeira aplicação. Outros precisam repetir o processo duas vezes. Em geral, os efeitos são sentidos de um a três meses após o procedimento.

Fonte: Redação Terra Você
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