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Em carta, pai de brasileiro que estava na China diz: 'É uma compaixão que nunca poderá ser paga'

José Neves de Siqueira Júnior saiu de Belo Horizonte e foi até Anápolis, onde o filho e grupo de brasileiros vindos de Wuhan vai cumprir quarentena a partir de domingo

7 fev 2020 - 20h08
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ANÁPOLIS - O estudante Vitor Campos Neves Siqueira já estava dentro do avião que traz os brasileiros vindos de Wuhan, a caminho do Brasil, quando seu pai entregava uma carta na prefeitura de Anápolis, cidade onde está localizada a base aérea que vai receber o grupo. José Neves de Siqueira Júnior saiu de Belo Horizonte e viajou até a cidade goiana, a 140 quilômetros de Brasília, para encontrar o filho, que estava vivendo na região que é o epicentro do novo coronavírus.

Na carta, à qual o Estado teve acesso, Siqueira Júnior agradece ao prefeito Roberto Naves (PP) pelo acolhimento e solidariedade. "A compaixão demonstrada, não só com os estudantes, mas também com os familiares, nunca poderá ser paga. É um débito eterno", relata o pai. "Agradeço por não ter se deixado levar pelo medo infundado em relação aos nossos filhos", escreveu.

Vitor Campos é um estudioso da cultura e da língua chinesas. Em setembro do ano passado, durante a "Semana da Cultura Chinesa" realizada na Universidade Federal de Minas (UFMG), Vitor deu uma palestra sobre o "Desenvolvimento dos Caracteres Chineses".

A carta de Siqueira Júnior foi acompanha de um cartão escrito a próprio punho, no qual o pai também agradece pelo apoio e solidariedade.

Os brasileiros que estavam em Wuhan já iniciaram a viagem de volta ao Brasil. A previsão é de que eles cheguem ao país na madrugada de domingo. A base aérea de Anápolis foi preparada para receber o grupo, que vai cumprir uma quarentena de 18 dias no local.

Estadão
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