Entenda a condição que quase matou Otaviano Costa aos 51 anos
'Um simples ecocardiograma salvou minha vida', disse o apresentador em um vídeo emocionado publicado nas suas redes sociais
Otaviano Costa revelou nesta segunda-feira (22) que precisou passar por uma cirurgia que durou sete horas no último dia 10 após ter sido diagnosticado com aneurisma da aorta ascendente torácica. O apresentador de 51 anos fez um relato nas redes sociais dele sobre o incidente.
"Há mais ou menos 30 dias, a minha vida virou de cabeça para baixo. Eu estava ótimo de saúde, não tinha nenhum sintoma, mas tinha uma dorzinha que estava me incomodando aqui… [aponta para o coração]. Como eu não tinha como fugir para São Paulo para fazer o meu check-up rotineiro há mais ou menos dois anos, e entender o avanço das minhas condições físicas e de saúde, resolvi me consultar com um médico que eu não conhecia, o doutor cardiologista Antônio Masetto, no dia 6 de junho, quinta-feira, antes do aniversário da Flavinha", disse Otaviano.
Segundo o apresentador, depois de fazer um ecocardiograma, ele descobriu que precisava da cirurgia por se tratar de um aneurisma da aorta. "É o inchaço da veia e, no meu caso, foi causado por uma válvula, chamada válvula bicúspide... É válvula tricúspide, só que eu nasci com uma válvula bicúspide, ou seja, o normal era ter três pazinhas, a minha tinha duas pazinhas, bicúspide. Por isso, eu jogava muito sangue na minha aorta e ela inchou nos últimos tempos e colocou a minha vida em risco. O perigo disso é que, a qualquer esforço que eu fizesse, aleatório, do dia a dia até, puxar uma mala pesada, fazer um supino, uma disputa de bola de futebol com o coração muito a mil seria fatal", comentou.
Otaviano, então, passou por um procedimento cirúrgico no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A cirurgia não foi simples e durou cerca de sete horas. Ele ainda precisou ficar três dias na UTI. Otaviano permanece internado, mas já não corre risco de morte.
Emocionado, o apresentador deixou um comentário para os seguidores: "Quero muito te alertar. Um simples ecocardiograma salvou a minha vida. E é em um SUS da vida, no hospital da sua cidade, no Incor aqui em São Paulo, ou no Sírio como eu. Eu tive a bênção de poder ter pessoas incríveis não só pela competência, mas pela humanidade, pessoas de ouro que vou levar para a vida inteira. A partir do momento que você descobre, você tem chance de mapear".
O que é aneurisma da aorta ascendente torácica?
O aneurisma da aorta ascendente torácica é uma dilatação anormal da parede da aorta, a principal artéria que leva sangue do coração para o corpo.
De acordo com Alexandre Siciliano, cirurgião cardíaco e Head de Cardiologia do Hospital São Lucas de Copacabana, "os danos à aorta podem ser causados por trauma, por uma lesão ou por certas doenças e condições de saúde. Esses incluem: Aterosclerose ("endurecimento das artérias"). Degeneração da camada média. Hipertensão (pressão alta). Condições genéticas (como a síndrome de Marfan)."
Em muitos casos, o aneurisma da aorta ascendente torácica não apresenta sintomas, o que torna o diagnóstico precoce um desafio. No entanto, alguns sinais podem indicar a presença da doença, como:
- Dor torácica: A dor pode ser intensa e irradiar para o pescoço, costas ou mandíbula.
- Falta de ar: A dificuldade para respirar pode ser um sintoma de que o aneurisma está comprimindo outros órgãos.
- Tosse seca: Uma tosse persistente e sem causa aparente pode ser um sinal de aneurisma.
- Rouquidão: A compressão da traqueia pelo aneurisma pode causar rouquidão na voz.
- Dificuldade para engolir: O aneurisma também pode comprimir o esôfago, causando dificuldade para engolir.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do aneurisma da aorta ascendente torácica geralmente é feito por meio de exames de imagem, como ecocardiograma e tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM).
O risco de morte por ruptura do aneurisma da aorta ascendente torácica é variável e depende de diversos fatores, como o tamanho, a localização e a taxa de crescimento do aneurisma. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem reduzir significativamente o risco de morte.
Nos EUA o Centro de Controle e Prevenção de Doenças estima que mais de 43.000 pacientes morrem a cada ano de doenças da aorta.
O médico Alexandre Siciliano ressalta: "Se você tem doença aórtica, é importante ser tratado por uma equipe experiente de especialistas cardiovasculares e cirurgiões. O tecido conjuntivo fornece suporte a muitas estruturas do corpo, como válvulas cardíacas, vasos sanguíneos (aorta), olhos, ossos, sistema nervoso e pulmões; portanto, os pacientes com doenças do tecido conjuntivo requerem uma abordagem multidisciplinar para o seu cuidado e acompanhamento a longo prazo".