Entenda como o calor intenso afeta as mulheres na menopausa
O aumento das temperaturas externas durante a condição biológica pode agravar os sintomas
A menopausa é uma condição biológica natural que marca o fim do ciclo reprodutivo feminino caracterizada pela diminuição gradual da produção de hormônios sexuais, especialmente estrogênio e progesterona, pelos ovários. A idade média em que as mulheres entram na menopausa varia geralmente entre 45 e 55 anos, embora variações individuais possam ocorrer.
Além da sensação de calor repentina, segundo o médico Luiz Tintori, especialista em medicina esportiva com ênfase em emagrecimento e reposição hormonal, outros sintomas podem aparecer. "Há casos com piora na rigidez da pele, aumento da pressão arterial e ganho de peso inexplicável", conta. Ele também explica que as queixas são diferentes de mulher para mulher.
Fogachos: desafio no verão
Um estudo da Sociedade Brasileira de Climatério (Sobrac), realizado com mais de mil mulheres entre 45 e 65 anos, publicado em 2022 na revista científica Climacteric, revelou que 59% das entrevistadas apresentavam fogacho, que é o calor repentino sentido mais intensamente no rosto, pescoço e peito. "O calor é a principal reclamação em consultório e, no verão, esse sintoma é acentuado, prejudicando a qualidade de vida", explica o médico.
Perigo do calor
Diante das temperaturas extremas projetadas para este verão, Luiz Tintori explica que as mulheres na menopausa precisam de um cuidado maior para evitar problemas de saúde mais sérios. "As ondas de calor já presentes no dia a dia dessas mulheres são potencializadas com as altas temperaturas externas. Quanto mais ondas de calor a mulher tiver, o risco de um AVC (acidente vascular cerebral) aumenta consideravelmente", alerta.
Tratamentos para alívio dos sintomas
Para aliviar os sintomas da menopausa e controlar o calorão, existem alguns tratamentos específicos que devolvem a qualidade de vida à mulher. Segundo Luiz Tintori, fitoterápicos - com indicação médica -ajudam a amenizar alguns sintomas, contudo a reposição hormonal é o tratamento mais eficaz.
"A reposição de estradiol é o que vai fazer a diferença, mas é muito importante se atentar às contraindicações. Pacientes que tiveram câncer de mama, lúpus e trombose não podem se submeter ao tratamento", enfatiza.
"Já aquelas que puderem fazer a reposição sentirão a melhora entre 15 e 30 dias do início do tratamento, podendo aproveitar o verão e as próximas estações com disposição e saúde", finaliza o especialista.
Por Duda Pires