Entenda o que é a Síndrome de Rokitansky
É um conjunto de sintomas desenvolvido dentro da barriga da mãe
Você já ouviu falar na Síndrome de Rokitansky? É um conjunto de sintomas adquiridos durante o desenvolvimento do feto ainda dentro da barriga da mãe, que afetam o sistema reprodutivo feminino. Sem causa identificada, a síndrome faz com que a vagina e o útero não se desenvolvam completamente.
Segundo a Claudia Takano, ginecologista, meninas com Rokitansky têm a genitália externa normal. A parte que conseguimos enxergar é chamada vulva, que inclui clitóris, uretra (canal urinário), pequenos e grandes lábios, hímen e ânus. Essa região é desenvolvida, assim como os ovários e as trompas de Falópio. A formação alterada ocorre apenas no útero e no canal vaginal.
"Na maioria das vezes, o útero está ausente ou é minúsculo e o canal vaginal (caminho entre o útero e a vulva) é mais curto e mais estreito do que o habitual ou pode estar ausente", explica.
A ginecologista ressalta ainda que a idade mais comum para uma mulher ser diagnosticada com a Síndrome de Rokitansky ou MRKH, como é conhecida internacionalmente, corresponde às iniciais de todos os médicos que descreveram a síndrome (Mayer, Rokitansky, Kuster e Hauser), é entre 13 e 18 anos de idade.
"A identificação mais frequente ocorre na busca de atendimento médico porque a jovem não menstrua ou por ela ter dor e dificuldade na relação sexual. Algumas podem descobrir mais cedo outras mais tarde por outros motivos, como acidentes, perda urinária ou dores no baixo abdômen", completa a especialista.
De acordo com o Instituto Roki, criado para acolher mulheres com Síndrome de Rokitansky e seus familiares, é essencial compartilhar vivências e informações sempre atualizadas em parceria com profissionais da área da saúde.
"Descobrir, entender e lidar com a Síndrome de Rokitansky, não é fácil em nenhuma idade. Sonhos, vontades e desejos são destruídos. Por isso, nossa missão é compartilhar vivências, experiências e informações, tendo como suporte, profissionais da área da saúde, que acompanham psicologicamente as pacientes, suas famílias e parceiros", afirma Luciana Leite, uma das fundadoras do Instituto.
Após receberem o diagnóstico, é muito comum as mulheres sofrerem uma desconstrução de sua imagem. "É necessário ter suporte psicológico, independentemente da fase que essas mulheres se encontrem, questionar o desejo com relação à maternidade, angústias pela falta de informação médica ou mesmo de conhecimento do próprio corpo, se mostraram fundamentais para ajudar à lidar com os sofrimentos decorrentes da Síndrome", finaliza Daniella Bauer, responsável pela área de saúde mental do Instituto.